Denúncia

Empresa que vendeu máscaras para a SES, processa Jornal Argumento. Por que será?

Nos meus mais de 25 anos de jornalismo jamais passei por uma situação, no mínimo hilária. No dia 2 de abril, o Jornal Argumento publicou uma matéria denúncia sobre a compra das 78 mil mascaras por parte da Secretaria Estadual de Saúde. Na denúncia o Jornal Argumento questionou a compra das mascaras por parte da secretaria por R$ 16,00 a unidade.

Pagina do Diario Oficial do Estado comunicando a compra das mascaras por R$ 16,00 a unidade

A pedido do Jornal Argumento, uma empresa de saúde revelou nota fiscal onde o custo unitário da mascara era de R$ 4,50. Para se prevenir e não cometer erro, o Jornal Argumento solicitou a mesma empresa que fizesse a cotação das máscaras. Talvez pela procura o preço da mascara talvez tivesse aumentado, porém o preço continuava sendo o mesmo (vide cotação e nota fiscal abaixo).

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Orçamento para compra de máscaras

Após a publicação da matéria exclusiva, parlamentares e também o Jornal O Popular também publicou matéria afirmando que houve superfaturamento na compra e que o sistema prisional comprou as mesmas mascaras por um terço do valor pago pela SES.

Tão logo feita a publicação, o Editor Geral do Sistema Argumento, André Marques recebeu uma ligação do departamento jurídico, supostamente da SES, dizendo que a matéria estava errada e por publicar um Fake o Jornal Argumento sofreria as penalidades impostas pela lei do marco regulatório da internet. Em nada respondendo, o Editor do Jornal Argumento solicitou apenas uma nota resposta.  

Matéria feita pelo Jornal O Popular após denúncia do Jornal Argumento

Passaram alguns dias e o Jornal Argumento recebeu a copia de uma ação extrajudicial requerendo a retirada imediata da matéria no Portal do Jornal Argumento. Para total surpresa, a ação não foi movida pela Secretaria Estadual de Saúde, e sim, pela empresa EQUILIBRIUM DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS
EIRELI responsável pela venda das marcaras a Secretaria de Saúde.  Pela primeira vez uma empresa que vendeu um produto para um órgão publico móvel ação contra um órgão de imprensa. Uma total inversão dos fatos.

Deveria a SES mover a ação e não a empresa que vendeu os produtos. Isto leva a pensar o porque da posição da empresa? Em que a matéria atingiu a empresa vendedora?  Poderia se dizer que o Poste fez pipi no cachorro?

O Jornal Argumento apenas fez o papel de denunciar suposta irregularidade na compra das 78 mil mascaras, que pelo preço encontrado de R$ 4,50 deveria ser de R$ 350 mil e não mais de  R$ 1 milhão e 400 mil reais. O Jornal Argumento ainda espera por uma nota resposta e não uma ação judicial.   

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