Corrupção: Institutos de pesquisas vendem resultados.

Os institutos vendem pesquisas com o resultados prontos e conforme quem compra. Os partidos usam para enganar os eleitores.

Pesquisas eleitorais, no Brasil sempre foram um grande balcão de negócios. Com raríssimas exceções, e ponha exceção nisto, as centenas de institutos no País estão à disposição de quem puder pagar pelo resultado que deseja. É uma indústria que se mantem através da corrupção.  Cobram alto por resultados manipulados e sem compromisso com o “estrago” que estas pesquisas podem causar. Para se justificarem inventaram o “Fato novo”, uma forma de esconder os erros, o que tira a responsabilidade dos institutos. Carlos Alberto Montenegro, ex-diretor geral do IBOPE sempre usava o “fato novo” para tentar justificar os erros das pesquisas vendidas, principalmente para a Rede Globo, maior cliente do IBOPE.

Em 2021 o IBOPE deixou de existir e foi substituído pelo IPEC mas carrega consigo uma história. Os fundadores do instituto são ex-executivos do Ibope, que encerrou suas atividades em janeiro de 2021 depois de 79 anos.

 

A corrupção na história

E não é nenhuma novidade esta promiscuidade que serve de ferramenta para políticos, também corruptos, que usam estas pesquisas “inventadas” para tentar tirar pontos dos adversários, principalmente na classe do eleitorado de indecisos, que esperam a “tendência” para decidirem o voto. É o chamado voto útil, ou seja, o eleitor indeciso espera o resultado das últimas pesquisas e vota no candidato que está na frente. A maioria deste grupo de indecisos não quer perder o voto, por isto, principalmente por não ter sido conquistado pelas propostas apresentadas, não querem votar em quem vai perder. E justifica dizendo que “não perde nem no voto.”

Paulo Maluf um dos maiores corruptos da história Brasileira. Diziam que Maluf “rouba mas faz.”
“Na politica, vergonha é perder!” Frase usada por Paulo Maluf para justificar a forma corrupta que ganhava eleição!

 

A indústria das pesquisas surgiu com a redemocratização brasileira, nos anos 80,  com o movimento das “Diretas Já”,  que devolveu ao cidadão o direito de escolher os candidatos através do voto direto. Antes eram os militares que escolhiam, principalmente, quem seria o próximo presidente da república, por exemplo, dentro de critérios da ditadura.

E os erros dos institutos estiveram nas primeiras eleições municipais. Um dos maiores erros, foi na eleição para prefeito em São Paulo, em 1985.  A vitória de Jânio Quadros, muito distante da conquista do executivo paulistano, contrariou os prognósticos dos institutos de pesquisa e contradisse as avaliações segundo as quais o ex-presidente era tido como um nome “ultrapassado” no novo contexto da política brasileira emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já.

Fernando Henrique Cardoso, o então primeiro colocado disparado nas pesquisas, tanto assim que chegou a tirar uma foto, publicada pela revista Veja, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo, há poucos dias das eleições. Foi vergonhosamente derrotado pelo “homem da vassoura”. Tal fato levou Jânio Quadros a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: “Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram.”

Como é feita a venda das  pesquisas.

Nos anos 80, tinha uma agência de campanhas, inclusive eleitorais. Fui contratado por um ex-deputado de São Luiz de Montes Belos para fazer a campanha da candidata apoiada por ele. Fizemos a campanha e conseguimos vencer. Passaram-se os quatro anos e mais uma vez fui contratado para, tentar salvar a candidata da derrota, já aceita pelo coordenador. Fiz uma pesquisa que mostrou que a candidata não seria eleita, pela péssima administração e também por competir com um grupo milionário.

Certo dia, fui convidado pelo responsável pela campanha da prefeita para ir à um dos mais renomados institutos de pesquisa do Estado. Em uma conversa de pouco tempo, acertou-se que o instituto receberia R$ 30 mil para fazer uma pesquisa “fake”, colocando a candidata em primeiro lugar. Mas era necessário levar ao conhecimento do eleitor a pesquisa “comprada”. Fomos ao segundo maior jornal, na época, e acertou-se que para publicar a pesquisa, o coordenador da campanha deveria comprar oito mil exemplares do jornal. Ao sairmos do Jornal disse que deixaria a campanha por não concordar com o ato promiscuo.

Os maiores erros dos institutos em Goiás.

 

Em 1998 as pesquisas apontavam Iris Rezende, segundo elas, já eleito no primeiro turno, com mais de 60% das intenções de votos. Até poucos dias antes da eleição as pesquisas insistiam na vitória de Íris, subestimando a ascensão de Marconi Perillo. Usando o termo “acabar com a panelinha”, Marconi Perillo foi eleito governador.

 

Nas eleições de 2006, Maguito Vilella, segundo as pesquisas, chegou a ter 74% das intenções de votos. Alcides Rodrigues, candidato do ex-governador Marconi Perillo, aparecia com números pífios nas pesquisas. O grupo de Maguito já tinha loteado o governo.  O Jornal Argumento, através do departamento de pesquisas, publicou que haveria segundo turno em Goiás. A publicação foi motivo de chacota no meio politico. Vieram as eleições e a vitória de Maguito Vilella já no primeiro turno não aconteceu. A eleição foi para o segundo turno, com a vitória de Alcides Rodrigues, novo governador de Goiás.

Candidato ao senado pelo Goiás.
Foto: Wilder Morais Oficial

Já as eleições de 2022 foram marcadas por erros indeléveis na historia dos institutos de pesquisas. Wilder Morais disputava uma vaga no senado federal, contra Marconi Perillo, disparado na liderança das pesquisas e também contra o Delegado Waldir. Em nenhuma pesquisa Wilder aparecia, mesmo com remotas chances de vencer. “O fato novo” voltou a acontecer e Wilder foi eleito com mais de 25% dos votos.

A prostituição das pesquisas nas eleições para prefeito de Goiânia.

Até agora candidatos tem mostrado pesquisas  nos programas de televisão, principalmente Sandro Mabel. No primeiro gráfico ele está empatado tecnicamente com Adriana Accorsi. Já na segunda pesquisa, feita há poucos dias da primeira, Mabel sobe quase 20 pontos percentuais, sem nenhum “Fato novo”. e, de acordo com a pesquisa, assume a liderança. Vanderlan Cardoso também sobe estranhamente nas pesquisas. Até o radical Fred mostra uma pesquisa que o coloca no segundo turno.

Ficam algumas indagações: Adriana Accorsi foi a única que não ganhou pontos nas pesquisas? Como se explica, em tão pouco tempo, os números apresentados pelos institutos de pesquisas se movimentaram tão rapidamente, tanto para baixo como para cima?

Até sexta-feira, outras pesquisas apareceram com resultados, no mínimo, inusitados. É esperar para ver.

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