Guerra, a palavra da semana que começa.

Podem dizer que o Presidente Bolsonaro tem defeitos, mas uma qualidade não se pode deixar de ressaltar: o Marketing! Durante toda a semana o presidente falou em pedir o impeachment dos ministros Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Esperava-se para qualquer momento o ato de Bolsonaro, o que pautou todos os programas de jornalismo do Brasil e também do mundo.

Estrategista, o presidente deixou para o fim da sexta feira, 20/08, para enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, o algoz do presidente na mais alta corte do judiciário.  Tal atitude de Bolsonaro mexeu com o Brasil e também com o mundo, ao haver a possibilidade, mesmo que remota, do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, aceitar.

Mesmo ciente de que o ato era mais marqueteiro que democrático, Bolsona conseguiu dar uma resposta aos   bolsonaristas, pois para os apoiadores do presidente o que importa foi o ato de Bolsonaro propor, pela primeira vez na história do Brasil, o pedido de impeachment de um ministro do STF.

Antes disto, a associação dos magistrados brasileiros, ex-ministros da justiça, OAB e outras instituições levantaram-se em defesa do Ministro Alexandre e de Barroso, condenado a atitude de Bolsonaro.

Além de afetar diretamente o judiciário, parlamento e executivo, as investidas do Presidente Bolsonaro, contribuíram e muito para uma instabilidade geral no País. A Subida do dólar, inflação chegando a dois dígitos, algo que não acontecia havia vários anos, queda das ações na bolsa de valores, aumento da taxa de desemprego e tudo mais que possa contribuir para o descontrole geral tupiniquim.

Foi uma semana que começou com a prisão do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jeferson, determinada pelo Ministro Alexandre de Moraes, ao exibir nas redes sociais armas e também ameaças a constituição e também ao STF.  Cristiane Brasil, ex-deputada e filha de Jeferson, cobrou publicamente um ato de retaliação de Bolsonaro contra Alexandre de Moraes, que determinou a prisão do pai dela.  “E gora, bonitão? Como é que fica?” foi o discurso curto e direto  de Cristiane.

Deve-se ressaltar que o filho do Presidente, deputado Carlos Bolsonaro, também fez as mesmas ameaças, mas a prudência por parte de Alexandre de Moraes, fez com que não expedisse mandado de prisão contra o deputado. Dias depois o cantor e ex-deputado Sergio Reis teve computadores e outros documentos recolhidos pela policia federal, depois que passou a conclamar nas redes sociais dele um manifesto em defesa de Bolsonaro; dizendo também, ao lado de ruralistas apoiadores, que o “Brasil ia parar.”

Outro fato que aborreceu e muito Bolsonaro, foi a visita do Presidente do Senado Rodrigo Pacheco, ligado diretamente a Bolsonaro, ao Presidente do STF Luiz Fux. Ao final da visita uma foto com a constituição nas mãos foi divulgada. Um recado direto ao presidente de que a defesa da constituição é um ato inegociável.  O motivo principal  do encontro era o de unir os três poderes e aparar as arestas.  Algo rechaçado por Bolsonaro.

Não bastasse a CPI da COVID que tem como meta culpar o governo, principalmente o presidente, pelas mortes ocorridas no país por conta da pandemia, a lentidão na vacinação  e os atos de corrupção no processo de compra das vacinas, Bolsonaro enfrenta outra cruzada contra o TSE, por defender que o voto do eleitor tenha a emissão de um comprovante, algo negado pelo Ministro e Presidente do TSE Barroso e também pelo congresso nacional. Mesmo assim, Bolsonaro insiste em dizer que há falhas no sistema de computação de votos, chegando a dizer que apresentaria provas do que estava dizendo, o que não aconteceu

O que vem por ai!

A semana deve começar com Bolsonaro dizendo que fez a parte dele, pedindo o impedimento do ministro Alexandre de Moraes, e que o congresso barrou, por isto a culpa de não é dele.  Isto certamente dará munição mais que necessária para bolsonaristas, que antes estavam esperando o que fazer diante da situação,  irem as redes sociais continuar com fidelidade cega ao presidente.

Alexandre de Moraes continuará recebendo o apoio de políticos, membros do judiciário,  e  ter que se manifestar diante do pedido de impedimento contra ele. Isso exigirá muita habilidade ou força para dizer que as decisões que tomou, tinham e tem a defesa da democracia e o fim dos ataques as instituições democraticamente constituídas. Já se fala que há uma relação de membros atuantes nas redes sociais atacando tudo e todos, que Alexandre de Moraes deve determinar a prisão ou a investigação.   

Rodrigo Pacheco certamente irá recusar e arquivar o pedido de impedimento do Ministro do STF, Alexandre de Moraes, feito por Bolsonaro. É impossível, mas,  se por acaso, Rodrigo Pacheco aceite, a guerra mortal entre os poderes,  irá explodir, pois os ministros do STF usarão o corporativismo e começará a colocar na cadeia mais de uma centena de parlamentares que estão pendurados no STF.  Inclusive o relator da CPI da Covid 19, Renan Calheiros.

Para o cidadão sobra o que de pior o embate pode provocar: desconfiança dos investidores internacionais no Brasil, retirando o dinheiro que aqui está investido, fazendo subir o preço do dólar, da  inflação,  o aumento de preços de produtos e combustíveis, do  desemprego, da fome e um caminho sem rumo para o futuro do contribuinte e não mais cidadão.  

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