Reta final das eleições; agora vale tudo!

Tirar pontos dos adversários, seja como for: esta é a tática.

Campanha eleitoral no Brasil nunca muda. Nos primeiros programas de rádio e televisão, todos os candidatos a prefeito de Goiânia – a exceção do candidato Fred Rodrigues, do PL, que desde o primeiro programa, abriu fogo contra o PT -, os demais candidatos se apresentam aos eleitores, falam de trajetórias deles, apresentam a família e depois partem para as promessas que nunca vão cumprir. Desde criar um cartão watzap para marcar consultas médicas, proposta utópica, até colocar um Cais perto da casa dos moradores da capital. São promessas mentirosas ou impossível de serem cumpridas. Propostas genéricas e a expressão “Vamos”, estão em todos os programas exibidos: “Vamos melhorar a saúde, o transporte coletivo e a segurança.” Os jargões mais usados.” O que impressiona são propostas que dependem de milhões para serem cumpridas e quem as propõe não sabe como está o caixa do município, mesmo assim, apresentam propostas e mais propostas milagrosas, porem, a grande maioria faz parte do processo de iludir o eleitor.

PROPOSTAS QUE FICARAM APENAS NO DISCURSO. 

Na eleição no anos dois mil, Pedro Wilson prometeu criar Cmeis e escolas de tempo integral para todas as crianças da cidade. Disse que iria construir 40 unidades. Terminou o mandado com cinco apenas. Paulo Garcia fez a mesma proposta e também não cumpriu. O ex-prefeito Iris Rezende prometeu descentralizar o poder, criando onze subprefeituras nos bairros mais habitados.  Prometeu asfaltar toda a cidade. Disse que resolveria o problema do transporte coletivo em 90 dias.

Como nascem as mentiras.

Entrevistei um candidato a Prefeito, anos atrás e ele disse que “para resolver os problemas do transporte, iria instalar teleféricos,  ligando todos os pontos da capital. Assim, não haveria mais congestionamentos, pois o espaço do céu seria usado.” Perguntei de onde saiu a ideia, disse-me que “constava no plano de governo”.  Em 1994 entrevistei outro candidato. Antes das entrevistas sempre leio o programa de governo de cada um – registrado no TRE.   Fiz uma pergunta sobre a saúde e o candidato ao Governo não soube responder. Então disse ao candidato que constava no programa de governo dele. Me respondeu “que a equipe que formula o programa de  governo dele ainda não tinha passado completamente para ele os programas”.  Estes são simples exemplos que provam que os candidatos, todos os candidatos, contratam uma equipe para formular propostas. Em média 200 paginas. A grande maioria pratica os famosos  Ctrl+C e o Ctrl+V. Eles possibilitam que imagens e textos selecionados sejam, respectivamente, copiados e colados em um documento distinto. Nas leituras que já fiz, encontrei dezenas de propostas idênticas em programas de candidatos adversários.

O  registro dos programas de governo são obrigatórios na justiça eleitoral, mas não obriga o gestor de executa-las, porque não há cobrança por parte do TRE.

Agora vai ou racha.

Faltando poucos dias para o pleito, as pesquisas mostram que os candidatos chegaram no “teto” das intenções de voto, ou seja, precisam tirar pontos dos adversários. Neste momento começa a pior parte das eleições: a guerra de denuncias contra adversários. Mostrar mentiras, fatos fora do contexto do ano, agredir, xingar, difamar entre outros. Outro fator que passou a figurar nas eleições é a “intolerância”. Eleitores inflamados e candidatos agressivos passaram a cometer atos de violência e até tentativas de homicídios. Na eleição de 1992, o programa de tv do candidato  Luiz Bitencourt exibiu depoimentos de ex-funcionários de Sandro Mabel, com membros mutilados e amputados, acusando o candidato Mabel de abandono. A história guarda, o depoimento e arrependimento do ex poderoso da Rede Globo, Bone de ter editado um debate entre Lula e Fernando Collor, na eleição presidenciais de 1989. “Como os debates eram gravados, a orientação que veio “de cima” era para mostrar os priores momentos de Lula e os melhores de Collor. Algo que me arrependo até hoje”, disse Bone.

No debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo, exibido para todo o País, o candidato Datena (PSDB) deu uma “cadeirada” no candidato opositor  Pablo Marçal (PRTB). Veja o vídeo abaixo.

 

No debate desta segunda-feira, Plabo Marçal foi expulso do debate por transgredir as regras. Logo depois, um membro da campanha de Marçal deu um murro em um assessor  do candidato Nunes. Veja o vídeo.

Debate em SP termina com Marçal expulso e assessor de Nunes agredido 

 

As estratégias dos principais candidatos.

As ultimas pesquisas mostram um empate técnico entre Sandro Mabel e Adriana Acorsi. Vanderlan vem perdendo forças, perdendo pontos. Adriana representa a esquerda e se mantem sem agredir candidatos. Mabel, segundo colocado, cada vez mais usa o prestigio do governador Ronaldo Caiado, o que lhe tem rendido pontos. Já Vanderlan Cardoso padece por não ter uma base de apoio fiel e tenta ganhar mais pontos, dizendo que é o “único candidato que vai governar Goiânia,  afirmando que se os outros candidatos ganharem, “serão os seus donos que vão mandar no município – “Se Mabel ganhar, Caiado é que será o prefeito de Goiânia”. diz.

A briga pelos indecisos se tornará mais acirrada de agora em diante. Prepare-se para ver mais baixarias. Outro fator que agora pode decidir o pleito é o dinheiro. Dizem que tem candidato com mais de dez milhões prontos para serem despejados na reta final.

 

 

 

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