Depois de pressão Prefeitura de Aparecida de Goiânia vai participar de rateio.

Aparecida de Goiânia decidiu que irá participar do rateio de custos do transporte público da região metropolitana de Goiânia, segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp), Adriano Rodrigues de Oliveira. Anteriormente, a gestão de Gustavo Mendanha (sem partido), havia dito que não bancaria o percentual de 9,4% do custo mensal de R$ 250 milhões por não ter dinheiro em caixa. À época, o secretário de Governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima, afirmou que a recusa de aderir à subvenção poderia ter, na verdade, pano de fundo político, visto que Mendanha é adversário de Ronaldo Caiado (União Brasil), autor do projeto, nas eleições ao governo do Estado neste ano.

“Houve manifestação favorável do próprio prefeito [Gustavo Mendanha] e do procurador-geral do município [de Aparecida de Goiânia]. Eles entendem que é correto a subvenção, pois isso é algo positivo para o usuário. A questão agora é discutir a forma como será feito esse repasse, qual o valor que isso vai custar e quais serão os benefícios para o passageiro”, disse ao Jornal Opção. A controvérsia envolvendo Aparecida de Goiânia foi superada durante reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). Antes, Aparecida ameaçava ir à Justiça para assumir parte dos custos que hoje pesam no bolso dos usuários. A ameaça de judicialização inclusive rendeu duras críticas ao próprio prefeito Gustavo Mendanha que, quando presidiu a CDTC, até junho de 2018, defendia que os municípios rateassem os custos para que o preço da tarifa fosse menor para o cidadão. A não adesão de Aparecia ao financiamento metropolitano do transporte também poderia fazer com que a cidade perdesse recursos voluntários oriundos do Estado.

O projeto de lei que instituiu o rateio dos custos de serviço do transporte público, e era alvo de questionamento por parte da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, foi aprovado no ano passado. A reformulação da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) impõe que o Estado de Goiás e a Prefeitura de Goiânia banquem 41,2% dos subsídios, Aparecida de Goiânia 9,4% e Senador Canedo 8,2%  dos custos. Na matéria aprovada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), não há brecha para que o valor sobressalente da suposta recusa de Aparecida de Goiânia seja repassado a outros entes, como municípios ou até mesmo o próprio Governo Estadual. Neste caso, ou as próprias empresas de transporte arcariam com os custos ou o valor poderia ser passado ao usuário.

O presidente do Setransp explica que o esforço agora será para ofertar ao usuário um transporte público competitivo, pois o número de passageiros tem diminuído e isso implica naturalmente no aumento. “Quanto mais pessoas disponíveis para pagar, menor será o valor da parte de cada um. A tarifa está congelada há quase três anos e os custos aumentaram”, afirma Adriano. Entre as novidades apresentadas pela CDTC em uma tentativa de atrair mais pessoas para o transporte público, estão o sistema de deslocamento integrado, o uso de cartão pós-pago, o cartão família, VT Assinatura e o bilhete único. O pacote de produtos deverá ser disponibilizado a partir do mês de abril deste ano.

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