Impressiona a capacidade de fugir do debate que realmente importa ao Brasil e aos Brasileiros. Entra no sétimo mês o governo do novo Presidente e quase nada mudou. Bolsonaro ainda administra o País com os programas e projetos montados em governos anteriores.
Há de se debater a questão da competividade de nossas empresas e industrias. Em uma relação composta por 40 países, inclusive países africanos e a Venezuela, o Brasil ocupa o 38º lugar, quando o assunto é a burocracia para montar e dar baixa em uma empresa.
Já quando o assunto é contratação e demissão de funcionários, ocupamos o 39º lugar. Os empresários reclamam e com razão da altíssima carga fiscal, item que não aparece na proposta da reforma fiscal, ou seja, a nova reforma que se apresenta não fala em redução da altíssima carga tributária. Ano passado o “impostrometro” criado para que o cidadão saiba o quanto o governo recebe via impostos. No ano de 2018 o governo “faturou” mais de 2 trilhões de reais em arrecadação. E ninguém sabe para onde foi todo este dinheiro, Olhando para esta realidade, quem acredita que o governo um dia irá abrir mão desta bolada na reforma fiscal.
O Governo foge do debate sobre corrupção. O filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro ganha de presente do STF uma carta de alforria, que protege o Senador até o fim de novembro qualquer tipo de investigação seja de qual poder.
Também nada foi falado sobre a cooptação de parlamentares para a aprovação, em primeiro turno, da votação, na câmara dos deputados, da votação na Câmara Federal onde o fisiologismo chegou a mais de R$ 6 bilhões de reais. Em troca do voto, o governo liberava emendas apresentadas pelos parlamentares ao orçamento.
Em pleno seculo XXl não se discute mais se “homem veste azul e mulher rosa.” Hoje as mulheres vestem ternos e disputam o mercado de trabalho de forma igual. Mas as crianças, que o presidente diz não passar fome, por falta de uma politica da família, tanto pregada por Bolsonaro, ainda fazem parte de milicias e de traficantes para manter uma refeição por dia.
Não menos grave a situação de emprego e renda. Nada ainda foi feito ou ao menos ventilado uma solução para os mais de 12 milhões de brasileiros que todos os dias saem de casa na incerta esperança de que conseguiram uma recolocação no mercado de trabalho.
As industrias e empresas meses após meses apresentam números próximo a zero, e alguns abaixo de zero, quando o tema é crescimento. Nenhuma empresa, industria ou fabrica se arriscam no tortuoso mercado financeiro brasileiro.
O pior é que olhando para o futuro, não há, ao menos em cinco anos qualquer esperança de mudança. O crescimento Brasil, que seria de 1,5%, não chegou a 1%, numero muito baixo comparando com outros países do porte brasileiro.
As universidades estão antecipando o fim do ano letivo pelo contingenciamento (corte de 30% da verba anual) aplicado pelo governo. Em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, o ano termina em setembro, histo posto pela falta de verba para manter as Universidades.
Digo que não sou contra o Governo de Bolsonaro pois ele também é o meu Presidente. Mas também sou livre para dizer que o Brasil está atolado em um dos muitos atoleiros intransponíveis pela falta de conhecimento das estradas, por parte do motorista Bolsonaro, que se chamam de demandas nacionais.
Por André Marques
Diretor Geral