Até o ano de 2010, a campanha eleitoral começava oficialmente em junho, quando os partidos políticos faziam as convenções para escolher candidatos. Mas o ex-presidente Lula lançou Dilma Rousseff como candidata a Presidência da Republica em março de 2010. O plano do PT era que José Dirceu fosse o candidato e tudo corria bem até Dirceu se sucumbir na ação penal 470, mais conhecido como o “mensalão”. Sem um nome mais popular, Lula lançou Dilma candidata e dizia que “ela a mãe dos pobres.” Em referência a Getúlio Vargas que foi chamado de Pai dos Pobres.
Já no começo de março, mesmo sendo ministra chefe da casa civil, Dilma viajou o Brasil inteiro ao lado de Lula, tudo o que Lula falava que a eleição de Dilma Rousseff era fazia referência da continuidade do governo dele se Dilma fosse eleita. Então todos os grandes partidos lançaram candidatos e pequenos partidos, como sempre fazem, venderam apoios em troca de cargos.
Agora a CPI DA COVID 19 antecipou mais ainda a corrida pelo cargo de Presidente da República. Os partidos de oposição, que já tem nomes pré-definidos para concorrer em 2022 tentam tirar votos do Presidente Bolsonaro, imputando a ele o caos que se transformou o serviço público de saúde no Pais, como a falta de hospitais, falta de respeito para com os órgãos mundiais da saúde, a nomeação de um ministro para a área da saúde, sem que ele nunca havia exercido um cargo de tamanha importância. Foi quando Pazuello era ministro que ocorreram os fatos mais graves, como a milionária compra de medicamentos, que segundo a ANVISA e outros institutos insistem em dizer que não tem comprovação cientifica; as mortes provocadas em Manaus por falta de oxigênio e também a demora em começar a aplicar as vacinas nos brasileiros, que resultaram na morte de mais de 400 mil pessoas.
Com minoria no senado Bolsonaro tenta tirar o foco da CPI com bravatas e desafios. Tenta mostrar que tem apoio popular, participando de eventos, como aconteceu neste domingo, quando liderou um grupo de motociclistas pelas ruas de Brasília.
Além de todas estas mazelas, o depoimento do ex-ministro Pazuello pode ser a porta para um possível impedimento por parte do congresso nacional à Bolsonaro. A insistência em tentar evitar o depoimento de Pazuello na CPI mostra que o ex-ministro é o foco dos partidos oposicionistas ao governo, e o G7 – grupo de 7 senadores independentes.
Mas o ditado ainda persiste “CPI só se sabe onde começa e nunca onde termina.” Prova disto foi a última grande CPI, quando os partidos dos trabalhadores, tentaram ligar a imagem do PSDB a Carlos Cachoeira e acreditavam acabar com uma possível disputa eleitoral. Mas o que era um objetivo, foi se intensificando até descobrir que Carlos Cachoeira tinha uma empreiteira que prestava serviços para o governo federal, fruto de um contrato com valor de R$ 1 bilhão de reais. Assim aos poucos a CPI foi perdendo força até um acordo entre os partidos para colocar fim.
Mas Pazuello é uma espécie de PC farias do governo de Collor que até hoje não se comprovou se foi um suicídio passional ou queima de arquivo. Já no governo de FHC existia Sergio Mota, mais conhecido como “Serjão rolo compressor”, que faleceu guardando muita informações sobre FHC e que poderiam ser outra bomba relógio. É possível que Pazuello cause um estrago imenso no governo dando munição, principalmente ao partido dos trabalhadores e também ao PSDB hoje os principais adversários de Bolsonaro.
O fim da CPI da CIVID 19 ninguém sabe até onde vai, mas o começo é o início da campanha eleitoral de 2022, mais de um ano das previas.