Imagine um atirador frente a um desafeto (politico). A mira é feita e o disparo não atinge a o alvo. O atirador não tem mais bala e vê seu algoz se aproximar, sem raiva e nem ódio, falando baixinho contra o caçador.
Assim está a disputa do segundo turno da eleição presidencial. Lula já contava com a vitória no primeiro turno, inclusive, segundo uma fonte do partido, havia até uma festa programada para comemoração.
A questão é que Lula não venceu no primeiro turno e contra ele vieram primeiro as pesquisas todas erraram. As pesquisas que davam a vitória ao petista no primeiro turno, não conseguiram enxergar ou não quiseram o alto número de votos para Bolsonaro. De 36% até poucas horas antes de as urnas serem contabilizadas Bolsonaro cresceu, atingindo 44%.
Relembro que não sou petista, esquerdista, comunista, Bolsonarista, direitista. Sou um jornalista que há mais de 25 anos acompanho as campanhas políticas, inclusive, há vários anos fui o mentor de algumas, confesso que não perdi nenhuma das três que fiz para prefeitos. E é a partir da minha visão e não de nenhum instituto de pesquisas que percebo que o tiro que venceria Bolsonaro, fez efeito colateral, se um tiro é capaz disto.
O erro dos institutos de pesquisas, a soberba do PT e o alto número de governadores e parlamentares que se elegeram com discurso bolsonarista, tomou uma dimensão não antes vistas neste país. Enquanto Lula se resguardava, Bolsonaro fez questão de aparecer e dizer que tinha razão quando denunciava a indústria da pesquisa que o tiraria do comando do Brasil, ainda no primeiro turno.
Agora parece que uma onda está se formando pro Bolsonaro, e um redemoinho começa a se formar contra Lula. Reitero que não é um dado estatístico, é a experiência de cobrir eleições e sentir quando existe um sentimento de virada.
Um dos maiores erros do PT foi o marqueteiro contratado, que insistiu em dizer que o tempo petista voltaria e não percebeu os erros cometidos pelo partido naquela época, e em não dizer qual era o projeto politico do ex-presidente se ganhasse a eleição.
Contra Bolsonaro são exibidas denúncias graves, mas não suficiente para impactar o eleitor. São denúncias de comer carne de Índio, não gostar de mulheres e a compra de imóveis com dinheiro vivo. Algo não necessário para que o eleitor mude o voto à Bolsonaro.
Lula também incorporou promessas de candidatos derrotados, na campanha, como a promessa de Ciro Gomes de tirar o nome dos pobres do SPC SERASA, algo impossível.
O PT que teve grandes nomes na equipe de marketing, hoje, parece, não ser nem de longe a equipe das vitórias. Marqueteiros que criavam músicas que entravam no nosso sub consciente, como “Lula Lá”.
Já o marqueteiro de Bolsonaro foi cirúrgico ao mostrar na opinião dele que “Lula é ladrão.” Denúncia integrantes condenados e presos, na ação penal 470 (mensalão) Mostra com impacto que “Lula era o chefe.” Usando a participação de uma mulher, e preservando Bolsonaro nos ataques, e também de eleitores dizendo que não vota em Lula porque ele é Ladrão. Insistindo somente neste rótulo que parece estar dando certo.
E é assim que vejo as pessoas falarem de Lula. De dez pessoas que falo sobre Lula e Bolsonaro, nenhum adjetivo é dado ao Presidente Bolsonaro, já Lula é lembrado como “ladrão.” Algo que não permite a continuidade do diálogo. “Lula é ladrão”, é como um “cala a boca e fim de conversa.”
Outro erro que percebo, mas não posso afirmar, é que não vejo a militância petista nas ruas. Já os bolsonaristas chegaram ao ponto de plotar a foto e o nome de Bolsonaro nos carros, usar camisas da seleção, cooptada pela campanha de Bolsonaro, até colocam a bandeira do Brasil nos carros, que com muita inteligência também foi cooptada pelo presidente.
Na guerra dos marqueteiros, o de Bolsonaro tem ganhado, inclusive fazendo Bolsonaro falar com a imprensa sem ofensas e xingamentos, um verdadeiro “Bolsonarinho Paz e Amor.” Falando sempre que diminuiu o preço dos combustíveis, baixou a inflação, aumentou o auxilio Brasil para R$ 600,00, deu de graça, botijão de gás para as famílias mais pobres e outras benevolências que tanto agrada o eleitor de baixa renda. Nesta semana mandou pagar mais uma parcela do auxílio brasil, antecipando o cronograma.
Na verdade o eleitor de baixa renda não vota porque o candidato é honesto, trabalhador ou qualquer outro adjetivo de moralidade. O eleitor de baixa renda vota pelo estômago, e neste quesito Bolsonaro tem ganhado pontos importantes, repito, ao meu ver. É acompanhar para ver o desfecho da campanha dos dois candidatos mais franciscanos.