Os paradoxos de Caiado.
Pouco tempo depois de assumir o governo do estado, Ronaldo Caiado, passou os quatro primeiros anos reclamando da herança maldita de Marcone Perillo e quase nada fez, além de inaugurar obras deixadas prontas por Perillo.
Uma delas era sobre o transporte coletivo, principalmente, o eixo anhanguera. Caiado reiteradas vezes disse que a Metrobus operava no vermelho e que a solução era privatiza-la. Tendo até marcado datas para isto.
Vale ressaltar que o transporte coletivo de Goiânia ficou 20 anos sem licitação, assim as empresas que já operavam “tomaram conta.”
Lembro-me de fazer uma entrevista com um dos presidentes da Metrobus que me confidenciou que mesmo cobrando meia passagem, a empresa ainda lucrava. Na época a passagem inteira custava R$ 1,80 mas o custo real era de menos de R$ 0,70. Não posso afirmar se houve desvios na empresa, mas parecia impossível uma empresa que, mesmo cobrando metade da passagem, ainda tinha luro ter se tornado deficitária.
O Jornal Argumento acompanhou a licitação do transporte coletivo, onde apenas quatro empresas disputaram as concessões, sendo que uma delas a Cootego nem ônibus tinha, usou coletivos da viação reunidas para participar e foi classificada ficando com a pior parte dos trechos.
O Jornal Argumento inclusive denunciou que o edital de licitação foi feito por uma empresa de São Paulo contratada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp), com rigores leoninos, que fizeram com que nenhuma outra empresa que opera em outros estados pudessem cumprir. Mas as empresas que exploravam o transporte coletivo de Goiânia, já praticavam. Por isto empresas de outros estados não se interessaram em participar da licitação, pois não conseguiriam atender o exigido.
Em uma reportagem, na época, o Jornal Argumento, questionou o porque de apenas quatro empresas explorarem o setor de transporte, quando cidades como Uberlândia, por exemplo, com população menor que a de Goiânia tinha 12 empresas. Questionou também o silencio do Ministério Publico.
Pois bem, uma empresa que há pouco tempo era financeiramente inviável, passou a fazer investimentos milionários, em novos ônibus e agora lança a gratuidade para feriados e finais de semanas, onde, pagando apenas uma passagem dá o direito de mais seis passageiros viagearem de graça.
O transporte coletivo de Goiânia e grande Goiânia é um mistério. O que é deficitário em um determinado momento, passa a ser lucrativo em outro. E até hoje nenhuma das empresas sequer anunciaram a venda. Dizem que o serviço oferecido não é lucrativo, mas não entregam o “osso.”
Foi também o SETRANSP que acabou com o transporte alternativo. Fizeram uma pesquisa FAKE que indicou que o passageiro reprovava as vans do transporte alternativo.
E há uma guerra entre as empresas de ônibus e a Prefeitura. Pelo contrato, a Prefeitura não pode criar gratuidade, de outro lado as empresas não poderiam operar com Vans, o chamado Cyti Bus.
O Advogado do SETRANSP repassou vários documentos que provavam vários atos de corrupção, principalmente onde a secretária que deveria cobrar melhorias e multar as empresas funcionava em uma sala cedida pelo SETRANSP.
“Não existe almoço grátis”, este presente que o governo de Goiás concede, agora parece uma forma magica de lucrar e muito com o transporte. Mas em breve haverá a cobrança do almoço.