Um painel na fachada da sede da União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO) é motivo de ação movida pelo advogado Claudio Guimarães Brandão contra a Universidade Federal de Goiás (UFG). Para o advogado, o uso do cartaz em prédio público seria irregular, já que o fim seria particular. A disputa em relação aos protestos em forma de outdoors e painéis espalhados por Goiânia iniciou ainda em maio deste ano, quando a UEE instalou um outdoor com os dizeres: “Bolsonaro Genocida”. Em menos de 24 horas o painel foi depredado por apoiadores do governo.
“Depois que o fato aconteceu muita gente se dispôs a ajudar e contribuir para que colocássemos mais outdoors aqui em Goiás”, conta Thaís Felone, presidente da entidade estudantil. “Então a UEE iniciou sua própria vaquinha e, assim, conseguimos R$10 mil. O que custeou os 13 outdoors afixados em Goiânia”, conta.
No caso do painel exposto na frente da UEE-GO, a ação movida é contra a UFG, porque o prédio da entidade está em nome da instituição. “Na época da Ditadura Militar, para fechar as entidades estudantis, todas as sedes foram [tomadas] para o governo federal por decreto e se tornaram terreno da União, terrenos comprados com dinheiro dos estudantes. Até hoje, por conta de processo administrativo dentro da Universidade, ela ainda não nos devolveu formalmente. Usamos a sede cedida porque não houve ato formal”, explica.Perseguição
Antes do processo ser movido formalmente na Justiça, Thaís conta que, por ser presidente da UEE-GO, sofre diversos tipos de ataques, especialmente nas redes sociais. “Há, sim, esse tipo de assédio em querer saber de onde vem esse dinheiro. De falar que esse dinheiro deveria ser utilizado na compra de cestas básicas, sendo que a gente faz campanha de solidariedade também. Já entregamos uma tonelada de alimentos”, conta.
“Nós, que somos contra o governo, não depredamos nenhum outdoor. Todos já viram vários outdoors do Bolsonaro no Estado. Nunca tivemos esse comportamento, porque respeitamos a democracia e a liberdade de expressão e os direitos constitucionais máximos. Existe essa perseguição a quem faz oposição ao Bolsonaro. Inclusive foram muitos atos dele contra a União Nacional dos Estudantes, as entidades estudantis”, contou Thaís.
Segundo a presidente, a entidade recebeu apoio da UFG contra a ação e do advogado Bruno Pena, que se propôs a cuidar do caso gratuitamente. “Importante salientar que a gente não têm medo e que nossa manifestação é legítima. Esse processo, essa posição que o governo Bolsonaro vem tendo conosco não irá apagar as mais de 400 mil mortes, vítimas de Covid-19”, afirmou.