Ex-diretor do Instituto Gerir quer voltar à saúde em Goiás
David Clemente Correia sumiu do Estado para fugir dos processos judiciais e ensaia retorno às operações através do Instituto Acqua. Dirigente foi preso pela Polícia Federal em investigação na Paraíba por supostos desvios de R$ 134 milhões
O empresário Davi Clemente Monteiro Correia está tentando entrar novamente no mercado goiano com uma Organização Social da área da Saúde e disputar contratos com a Secretaria Estadual da Saúde. Emissários de David estão a campo em Goiânia conversando com outros operadores ligados ao sistema de saúde visando compor uma frente para disputar possíveis novos contratos que a SES poderá colocar no início do ano.
David Clemente foi o fundador e principal executivo do Instituto Gerir, que fez a gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), de 2011 a 2018, além de unidades em outros estados. O Gerir foi colocado pra fora no final do governo do tucano José Éliton em 2018 e logo no início do governo Ronaldo Caiado o Instituto Gerir perdeu sua qualificação como Organização Social no Estado de Goiás e foi banida, deixando um rastro milionário de dívidas com fornecedores e prestadores de serviço.
Mesmo antes do encerramento das atividades David Clemente se mudou de Goiânia como estratégia para fugir das investigações do Ministério Público e da Polícia Civil. Após se estabelecer em Brasília ele levou a família para longe do estado e nunca mais deu as caras.
Sua esposa, a nutricionista Paula Junqueira era a proprietária da empresa Nutrymax, que fornecia refeições para todas as unidades administradas pelo Instituto Gerir. Somente no HUGO o contrato era de R$ 1,2 milhão e hoje com as mesmas refeições custam pouco mais de R$ 500.000,00 para os cofres públicos.
David Clemente foi preso no final do ano passado na Operação Calvário – Juízo Final, que desarticulou uma organização criminosa acusada de desviar R$ 134,2 milhões dos recursos da saúde na Paraíba. Um dos alvos da ação foi o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).
“O David quer voltar com outra roupagem e apagar seus rastros passados”, diz um dos interlocutores procurados pelos emissários. Uma luz de alerta foi acesa na SES que notou a movimentação do ex-dirigente do Gerir. “Contratos de gaveta e operadores desconhecidos podem garantir a impunidade, mas jamais a identidade ficaram totalmente encoberta. Se brincar até mesmo essa nova OS pode perder sua qualificação em Goiás e ser banida de qualquer operação”, garante uma fonte da Secretaria de Saúde.
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