Em Assembleia no Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia, médicos pediatras da Hapvida, empresa que comprou o América Plano de Saúde, decidiram pela paralisação das consultas ambulatoriais, a partir desta sexta-feira, 7 de fevereiro.
A presidente do Sindimed-BA, Dra. Ana Rita de Luna Freire destaca que “os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos”. Dra. Clarice Saba, diretora de comunicação informa “Antes dos médicos deliberarem pela paralisação no atendimento, o Sindicato empreendeu diversas tentativas de negociação, mas infelizmente sem êxito. A Diretoria da Hapvida desmarcou reunião com o Sindimed, impossibilitando dar continuidade a rodada de negociação com a categoria”, afirmou.
Os médicos, reunidos no Auditório do Sindimed, na noite da terça-feira, informaram que Hapvida alterou regras de contrato sem qualquer prévio aviso. “Essa mudança de posição unilateral, desrespeitosa e sem comunicação, adotada pela empresa vem gerando inúmeros transtornos, entre eles a redução da remuneração dos médicos”, comentou a Dra. Lourdes Castro, diretora do Sindicato, que presidiu a Assembleia, ao lado do diretor Dr. José Henrique.
Em Assembleia permanente, a categoria discutiu ainda, as condições junto à empresa para consulta de retorno dos pacientes. “Ficou definido que o médico não deve realizar gratuitamente, sem ser remunerado pelo plano, consulta de revisão de outro médico e que o prazo para consultas de revisão deve se deter a 30 dias”, afirma a diretora Lourdes Castro. Os médicos deliberaram ainda, que haja pagamento retroativo referente às consultas de retorno realizadas no prazo superior a 30 dias, ocorridas nos meses de novembro e dezembro de 2019 e janeiro de 2020.
A Assembleia desta semana, contou com a presença de representantes do Conselho Regional de Medicina. Eles destacaram os artigos do Código de Ética Médica (Resolução CFM n° 2.217, de 27 de setembro de 2018), sobretudo em relação àqueles que “vedam a contratação de outros médicos para assumir lugar do profissional que está participando de movimento de paralisação por estar reivindicando direitos”. Ficou determinado, na ocasião, que o Cremeb será comunicado a respeito de médicos que porventura assumirem o cargo durante a paralisação, por infração ética, dever de solidariedade.
Nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, o Sindicato deu continuidade às deliberações da Assembleia. “Já estamos com ações de comunicação com os médicos da categoria, utilizando todos os canais, alinhando os passos. Queremos que a Hapvida respeite os direitos dos médicos e cumpra os seus deveres, porque com a saúde e com a vida humana, não se brinca”, afirma a diretora de comunicação e imprensa do Sindimed-BA, Dra Clarice Saba.