O conjunto das mais recentes pesquisas eleitorais indica que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está à frente na corrida presidencial em 16 Estados, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera em oito. Nos últimos 45 dias, houve três mudanças: Rio de Janeiro e Goiás saíram da classificação de “indefinidos” e, respectivamente, passaram a mostrar o ex-presidente e o atual na ponta. E já não há segurança para afirmar que Bolsonaro vence no Paraná.
A projeção dos cenários estaduais foi feita pelo Estadão Dados com base em dados do agregador de pesquisas eleitorais do Estadão, lançado nesta semana, e também em resultados de votações para presidente no passado.
Agregador de pesquisas
O atual mapa eleitoral de Lula é um arco que sai do Sudeste, engloba todo o Nordeste e avança pelos maiores Estados da Amazônia. Já os redutos de Bolsonaro basicamente coincidem com a geografia do agronegócio.
Em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, a distância entre os dois é pequena, o que impede que se aponte um favorito claro no momento.
A votação do PT em disputas presidenciais segue um padrão desde 2006, quando Lula se reelegeu. O partido se sai melhor no Norte, no Nordeste e na parte “de cima” da região Sudeste, enquanto os adversários se destacam em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste.
O conjunto das pesquisas indica que o petista está à frente em todos os Estados do Nordeste, região que concentra cerca de 27% dos eleitores do País.
Já Bolsonaro deve estar na liderança em toda a região Centro-Oeste. As projeções do Estadão indicam que ampliou a pequena vantagem que tinha em Goiás e agora já pode ser dado como líder isolado no Estado. Cerca de 7,5% dos eleitores do País estão no Centro-Oeste.
Na região Sul, que concentra 15% do eleitorado, a vantagem é de Bolsonaro, mas ela tem diminuído. O presidente está na frente em Santa Catarina, onde teve sua maior vitória em 2018, mas não há um favorito claro no Paraná e no Rio Grande do Sul, de acordo com o modelo do Estadão Dados.
No Sudeste, Lula aparece como favorito em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Nesse último Estado o quadro não estava muito definido até a metade de abril, mas uma pesquisa recente do Ipec (antigo Ibope) mostrou o petista com 46%, contra 31% do principal adversário. O Sudeste concentra praticamente o mesmo número de eleitores que a soma de Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Tem quase 43% dos votantes.
Metodologia
Para desenhar o mapa eleitoral dos Estados, o Estadão Dados se baseou na média de todas as pesquisas nacionais recentes que informam como está a distribuição das intenções de voto em cada região do País. O cálculo da média é importante porque há muitas variações nos resultados regionais. Isso se explica em parte pelo fato de a margem de erro em cada região ser bem maior do que a nacional, já que a amostra de eleitores é menor. Uma pesquisa com 2 mil entrevistas, por exemplo, tem margem de erro de dois pontos porcentuais. Nesse levantamento, cerca de 300 pessoas são ouvidas na região Sul. Quando a amostra é desse tamanho, a margem de erro salta para seis pontos.
No caso de Bolsonaro, o modelo supõe que a distribuição de seus votos dentro de cada região seguirá padrão similar ao de 2018.