BRASÍLIA E SÃO PAULO – O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, se antecipou e já convidou todos os governadores eleitos para uma reunião, no próximo dia 7 de dezembro, com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu que a reunião com os governantes estaduais seria uma de suas primeiras medidas após tomar posse.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ibaneis é coordenador do Fórum Nacional de Governadores, uma instância de diálogo criada para ser palco de uma ação coordenada de decisões de interesses dos Estados. Ele disparou convites para o encontro com Lula, no qual diz que “serão debatidas questões prioritárias para o País, no contexto de renovação do compromisso democrático nacional”.
Lula ainda se comprometeu a restabelecer o pacto federativo, com críticas frequentes às brigas do presidente Bolsonaro com parte dos chefes de executivo estadual. Ele chegou a dizer que Bolsonaro não recebia governadores, prefeitos ou movimentos sociais no Planalto, apenas “filhos e milicianos”.
Lula quer um pacto com governadores eleitos para avançar na reforma tributária, uma promessa de sua campanha eleitoral que dependerá de alinhamento com os Estados e também com o Congresso.
O petista também acenou com apoio federal às obras de interesse dos Estados, inclusive do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para viabilizar as obras, a equipe do governo de transição busca mais espaço para investimentos no Orçamento de 2023 na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.
Lula contou com apoio de 11 governadores que foram eleitos – a maior parte no Nordeste e no Norte. A maioria (14) dos nomes que estarão à frente do Executivo estadual, no entanto, apoiou Bolsonaro, caso de São Paulo, com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Minas Gerais, com Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, com Cláudio Castro (PL). Dois governadores eleitores se mantiveram neutros durante a campanha, sem apoiar Lula nem Bolsonaro.