No corre-corre da necessidade de aprovar o projeto que garantia os R$ 600,00, mensais às famílias em estado de vulnerabilidade, até o mês de dezembro, promessa de Bolsonaro. Já Lula além de dizer que continuaria pagando o beneficio, também estendeu o auxilio para crianças de até seis anos de idade e o aumento real sobre o salário mínimo.
Só que ninguém disse quanto estas bondades, merecidas pelos mais carentes, iriam custar. Terminada a eleição veio a conta. Uns falam em R$ 200 bilhões, outros em R$ 175 bilhões. Esta conta deveria ter sido feita muito antes, e não de forma simplista como venderam para o cidadão durante a campanha.
Tanto Bolsonaro quanto Lula foram irresponsáveis na promessa da continuidade, mesmo tendo um sinal claro do congresso de que o benefício terminaria em dezembro de 2022. Agora é negociar novamente. Apesar de dizer que não vai negociar (ou fazer negociatas) O Presidente da Câmara Artur Lira já condicionou atuar como defensor da PEC, desde que o governo apoie a reeleição dele. Waldemar da Costa Neto, Presidente do PL que foi preso no mensalão, pede ministérios para deixar de apoiar Bolsonaro e debandar para o lado de Lula.
Mas os efeitos colaterais do benéfico já começaram a ser cobrados. O MEC – Ministério da Educação e Cultura – cortou verbas destinadas às universidades. Deixou de comprar medicamentos para as Farmácias populares que atende milhões de brasileiros que não tem como comprar medicamentos de alto custo e nem de baixo custo. Assim, medicamentos para pressão arterial, para diabetes já faltam em quase todos os postos de distribuição e continuará faltando.
É necessário que se diga que foi Bolsonaro o responsável por toda esta situação. Deveria ter achado uma saída para incluir o bolsa família no orçamento de 2023. Mesmo que fosse fora do teto de gasto, como querem.
Mas o que impressiona é banalidade do dinheiro. Falam em R$ 200 bilhões, como se fossem R$ 20 centavos. Não se atentam para o fator inflação, pois o banco central terá que fabricar mais dinheiro, a dívida interna “impagável” hoje. Vai ficar mais alta ainda. O poder de compra do cidadão vai cair ou seja teremos um problema fiscal bem maior do que temos hoje.
Durante toda a campanha, nos artigos que escrevi, questionei de onde viriam os recursos para pagar as bondades? Também em nenhum debate a questão fiscal foi abordada, apenas ”vou aumentar os benefícios.”
Perdida a eleição, a equipe econômica de Bolsonaro fala em reduzir em 2 milhões o número de famílias atendidas pelo benefício. Coisa de aproveitador e sem caráter: dar com uma das mãos e tirar com a outra. Não fosse o bastante ainda ha a noticia de que o governo não tem em estoque a quantidade necessária de cestas básicas para distribuição em emergência
É claro que as famílias em condições de vulnerabilidade precisam e muito dos cuidados do governo. Mas é preciso também saber que são os pagadores de impostos que vão pagar os benefícios. E para o setor produtivo do Brasil nada se fala. Lula só fala em cuidar dos pobres, faz visitas as instituições de caridade entre outras, e se posta como o Pai dos Pobres.
Um país não vive só de solidariedade. É preciso olhar para o setor produtivo, fazer reformas urgente, principalmente das reformas fiscal, tributária, enxugar a maquina, fazendo a reforma administrativa pois só assim a economia volta a girar, hoje está estagnada. .