Há quase dois meses, no começo de dezembro, militares da área cibernética das Forças Armadas solicitaram explicações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o funcionamento das urnas eletrônicas. O requerimento foi reiterado nesta sexta-feira, 28, com o pedido de detalhes sobre os procedimentos técnicos, a transparência e a segurança das urnas eletrônicas. A intenção, de acordo com o documento, é “evitar riscos de fraude”.
A solicitação foi reiterada após o TSE não fornecer respostas. Em setembro a Corte Eleitoral implantou a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), que incluiu representantes do Exército, Polícia Federal, Ministério Público, Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União (TCU) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A implementação faz parte de uma série de medidas que foram criadas pelo TSE para acompanhar o processo eleitoral.
O TSE ainda informou ao Poder 360 que o assunto tramita sob sigilo. “Reforçamos que as Forças Armadas, assim como as demais entidades que participam da Comissão, têm prerrogativa para solicitar ao TSE mais esclarecimentos sobre o processo eleitoral e agendar reuniões técnicas ao Tribunal“, disse o TSE, em nota. Em novembro, chegou a ser realizado um teste em uma urna eletrônica, por parte do tribunal. No entanto, o Exército não mandou nenhum representante para acompanhar o teste, apesar de ter sido convidado.
A partir de fevereiro, o general da reserva, Fernando Azevedo, que foi ministro da Defesa até março do ano passado, deve ser o novo diretor-geral do TSE. Azevedo foi demitido do Ministério, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). No entanto, sua escolha TSE teve objetivo de contrapor os questionamentos dos militares quanto a segurança das urnas eletrônicas.
Confira a nota na íntegra fornecida pelo TSE ao Poder 360:
“Informamos que o TSE está em recesso e o assunto será levado ao presidente quando da retomada das atividades.
Ressaltamos que os questionamentos apresentados em dezembro de 2021 pela comitiva enviada pelo comandante de Defesa Cibernética das Forças Armadas e representante da instituição na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), general Heber Portella, tramitam de forma sigilosa a pedido do próprio Exército.
Reforçamos que as Forças Armadas, assim como as demais entidades que participam da Comissão, têm prerrogativa para solicitar ao TSE mais esclarecimentos sobre o processo eleitoral e agendar reuniões técnicas ao Tribunal.”