“É uma ação já firme do Governo de Goiás para evitar a lavagem de dinheiro no estado. Infelizmente tem [lavagem de dinheiro em] OS, lixo, ônibus, onde tem dinheiro circulante. E a lógica”, afirmou o mandatário estadual.
O governador também abordou durante palestra de mais de uma hora o combate ao narcotráfico e as ações desencadeados pela Polícia Militar (PM) para inibir a atuação de facções, em Goiás. O evento contou com cerca de 800 militares de todo o país, além de representantes da Polícia Federal (PF).
Entre os convidados estavam os comandantes gerais da PM de 17 estados brasileiros, como Amapá, Pernambuco e Alagoas, responsáveis por deter o maior número de mortes violentas do país, conforme o Anuário de Segurança Pública de 2024.
“Foi um momento de troca de experiências. A gente pode mostrar para os coronéis como Goiás caminhou de patamares que eram os maiores do país e até superior à média nacional [em 2016], para chegar a patamares que hoje são de excelência, se comparado a países da OCDE. Temos a humildade também de acolher por parte deles experiências que deram certo”, afirmou Caiado.
Referência e falta de apoio
O governador explicou que o estado virou referência nacional devido ao controle das penitenciárias, consideradas berços das facções, além da criação de grupos especializados, como o Batalhão Maria da Penha. A integração com outras forças de segurança, como a Polícia Civil (PC) e a Polícia Federal, também intensificou o combate à criminalidade, dando protagonismo ao estado do Centro-Oeste.
O governador, porém, diz que falta apoio por parte do governo federal, principalmente na questão econômica. Caiado conta que a PM atua no combate a crimes federais, como o garimpo ilegal e o narcotráfico, mas que não tem reconhecimento por parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Caiado informou que alertou os militares convidados sobre a emenda constitucional do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). A PEC da Segurança elaborada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, prevê que a União tenha competência para coordenar o Susp, criado em 2018, mas ainda não efetivamente implementado.
“Gastei R$ 17 bilhões com segurança em Goiás e querem entrar com menos de 1%. É irreal. O Governo Federal está muito mais preocupado em interferir na rotina da nossa polícia do que em reforçar a inteligência, em abrir o Coaf para sabermos onde está vindo o dinheiro”, concluiu.