Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu nesta terça-feira, 24, a primeira federação partidária do Brasil. Os ministros chancelaram a aglutinação do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e do Partido Verde (PV) na chamada “Federação Brasil da Esperança”. A presidente será a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que dirige a cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores desde 2017. Contudo, a indefinição do PT em Goiás pode melar federação com as legendas.
As federações são uma novidade na forma de organização dos partidos e foram criadas com a reforma eleitoral aprovada no ano passado pelo Congresso. A principal inovação é a exigência de uma atuação conjunta das legendas em torno de um programa comum, como se fossem uma só sigla, por no mínimo quatro anos.
O ministro Sérgio Banhos, relator do pedido, disse que os partidos apresentaram “todos os documentos” exigidos, incluindo o estatuto que vai guiar a escolha dos futuros candidatos.
A única ressalva do tribunal é que a convenção conjunta da federação não precisa, obrigatoriamente, homologar a decisão da comissão executiva nacional sobre a formação das chapas.
O ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou o voto do relator do processo, sugeriu a mudança no artigo 22, inciso 4º, do estatuto da FE Brasil, no que se refere às deliberações da convenção partidária conjunta. “A Federação deve homologar o resultado da convenção, mas excepcionalmente existem possibilidades de não homologação”, destacou, propondo a retirada do termo “obrigatoriamente” do dispositivo.
Os ministros Carlos Horbach e Mauro Campbell Marques disseram que o momento é “histórico” para a Justiça Eleitoral e abre espaço para outras federações que já pediram o registro ao TSE ou estão em fase de negociação.