Levantamento mostra que o 1% mais rico do planeta ficou R$ 226 bilhões mais rico na última década

Uma pesquisa divulgada pela Organização Não Governamental (ONG) Oxfam nesta quinta-feira, 25, mostra que o 1% mais rico da população global enriqueceu mais de US$ 42 bilhões (equivalente a R$ 226 bilhões) nos últimos dez anos. Ao mesmo tempo, o levantamento destaca que a carga tributária deste grupo foi reduzida em cerca de um terço nas últimas décadas.

O estudo da Oxfam foi publicado junto da realização da reunião do G20, que deve discutir com prioridade a implantação de um imposto global sobre os multimilionários. A proposta é defendida pelo Brasil, que atualmente preside o G20, pela Colômbia, África do Sul, França, Espanha e pela União Africana. Os Estados Unidos rejeitou o projeto.

Em diversas ocasiões, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defenderam a taxação dos super ricos como forma de lutar contra as mudanças climáticas advindas do aquecimento global, e também de combater as desigualdades sociais que levam à fome e à miséria globalmente.

“Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos em impostos do que a classe trabalhadora”, disse Lula, na última quarta-feira, 24.  Haddad, em fevereiro deste ano, afirmou que “apesar dos recentes avanços, é inquestionável que os multimilionários do mundo continuam a fugir aos nossos sistemas fiscais através de uma série de estratégias”.

Layla Yakoub, responsável pela campanha “Justiça Fiscal e Desigualdades” da Oxfam na França, coloca que “esta semana é o primeiro verdadeiro teste decisivo para os governos do G20″ sobre o tema. O desafio atual é saber se os governos terão “vontade política para estabelecer um padrão global que priorize as necessidades da maioria em detrimento da sede de lucro de uma minoria de elite de bilionários”.

Com base em dados do Observatório Fiscal da União Europeia, a ativista afirma que a taxa de impostos atual equivale a menos de 0,5% da riqueza dos bilionários e que “suas fortunas cresceram em média 7,1% ao ano nas últimas quatro décadas”. Com o intuito de equilibrar minimamente as desigualdades sociais no mundo, seria necessário um imposto anual sobre a riqueza líquida desse grupo de, no mínimo, 8%. Nesta semana, acontecem reuniões importantes para discutir o tema. O encontro de dois dias do G20, no Rio de Janeiro, e a 1ª reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, em São Paulo.

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