No Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+, 69 casais se casaram em uma cerimônia realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). A cerimônia pública aconteceu no Jardim Suspenso do Fórum Cível com centenas de presentes para prestigiar os casais que finalmente trocaram alianças.
Entre os casais, estavam o vereador por Goiânia Fabricio Rosa e seu marido Bruno Revalta. Ao Jornal Opção, Rosa expressou sua felicidade de agora estar casado com a pessoa que ama e com a iniciativa do Tribunal. “Eu estou extremamente feliz, porque é um momento de concretização dos nossos sonhos. Estar com a pessoa que você ama e o Estado reconhecer esse amor é pessoalmente muito importante, mas é socialmente também muito importante. Significa que a sociedade e o Estado estão dizendo que o nosso abraço, o nosso beijo, o nosso afeto também será respeitado”, disse.
O vereador conheceu Bruno há cerca de cinco anos pelas redes sociais. Eles só foram se ver pela primeira vez em um evento e, segundo eles, foi o momento em que o casal se apaixonou. “Desde então a gente não se desgrudou. Acho que a gente nunca passou mais de uma semana sem se ver e a gente tem construído uma linda história de muita luta, de muito amor, de afeto e de transformação”, compartilhou Bruno.
Fabrício Rosa, ainda ressaltou a vontade do casal de construir uma família. “Queremos ter muitos filhos. Eu não sei se a vida política vai permitir, mas é um desejo grande de ter filhos, de construir uma família, de sair de um apartamento e mudar para uma casa. Enfim, isso aqui é só o início de uma história”, completou.
Ellen Torres e Leidiany Alves já estavam “casadas”, mas se inscreveram no evento para conseguir oficializar a relação. “Para mim casar no dia da visibilidade, fazer parte do primeiro casamento comunitário é uma honra. E eu estou muito feliz, é um dia de muita festa, de muita alegria de muita luta e resistência acima de tudo”, afirmou Ellen.
Para ela, eventos como esse trazem visibilidade para a comunidade. “Além de trazer a visibilidade, de trazer uma mensagem que toda forma de amar vale a pena, traz a de que a gente deve sim não se envergonhar de quem a gente é e ser feliz acima de tudo”, completou.
O casal escolhido para ser o símbolo do evento, Andréia Peres e Adriana Botosso, se conheceram há 34 anos, no dia 1º de janeiro de 1990, na porta do Clube Social Feminino. Andréia afirma que esse é o momento mais feliz de sua vida. “Esse é o melhor momento da minha vida. O reconhecimento não existe igual”, disse ao Jornal Opção.
Andreia e Adriana foram as primeiras a trocar alianças e serem proclamadas casadas. Após isso, todos os casais presentes trocaram alianças, afetos e estavam finalmente casados.
Recorde em registros
Em 2023, os Cartórios de Goiás registraram recorde de casamentos LGBTQIA+ com mais de 500 casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Também foram registrados 40 alterações de gênero. Os dados são do Portal da Transparência do Registro Civil.
“Os cartórios de registro civil têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e no reconhecimento dos direitos da população LGBTQIA+. O recorde de casamentos homoafetivos e alterações de nome e gênero registrados em 2023 é um marco significativo na luta por justiça e inclusão. Estamos orgulhosos de contribuir para que esses direitos sejam efetivados de maneira digna e respeitosa.”, destaca Evelyn Valente, presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-GO).
Como se casar
Para realizar o casamento civil é necessário que os noivos, acompanhados de duas testemunhas (maiores de 18 anos e com seus documentos de identificação), compareçam ao Cartório de Registro Civil da região de residência de um dos nubentes para dar entrada na habilitação do casamento.
FONTE JORNAL OPÇÃO