Na última quarta-feira, 17, Pacheco prorrogou por mais 60 dias o prazo de funcionamento da Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial do Brasil, incluindo o período do recesso parlamentar iniciado na quinta-feira, 18. O projeto tem como relator o senador Eduardo Gomes (PL-TO).
Entre os principais temas abordados nos projetos estão a definição de princípios éticos para IA, a criação de uma Política Nacional de Inteligência Artificial, a regulação do uso de IA em áreas como publicidade e justiça, além de mecanismos de governança e responsabilização.
Apagão cibernético
Uma pane em computadores do mundo inteiro interrompeu atividades em bancos, aeroportos, estações de trem e até mesmo em hospitais nesta sexta-feira. Muitas pessoas chegaram para trabalhar e se depararam com uma “tela azul da morte” ao ligar seus computadores, o que impedia qualquer ação no aparelho.
O que aconteceu?
Na manhã de sexta, usuários do sistema operacional Windows, da Microsoft, se depararam com a famigerada “tela azul da morte” ao abrir seus computadores. Isso aconteceu em empresas, bancos, aeroportos, estações de trem e hospitais em todo o mundo.
As telas mostravam a mensagem “Parece que o Windows não carregou corretamente”. Computadores que rodam os sistemas operacionais Mac e Linux não tiveram problemas.
Quem foi atingido?
O apagão cibernético atrapalhou o funcionamento de companhias aéreas americanas, a operação de aeroportos da Europa, da Índia, de Hong Kong e Cingapura, além de transmissões ao vivo de redes televisivas no Reino Unido e na Austrália.
- Clientes de bancos não conseguiam usar caixas eletrônicos, caso do americano JPMorgan, ou o aplicativo, como no brasileiro Bradesco (já normalizado).
- Hospitais de Estados Unidos, Israel, Alemanha e Reino Unido cancelaram cirurgias eletivas, e muitas clínicas não conseguiam acessar resultados de exames e históricos de pacientes, já que hoje em dia tudo fica em arquivos eletrônicos.
- Aeroportos nos Estados Unidos, na Alemanha, Espanha, Holanda, Índia, China, Cingapura e França, entre outros, também foram afetados. No Brasil, os maiores problemas foram registrados em Guarulhos e Galeão. Globalmente, foram 4.674 cancelamentos e 42.013 voos em atraso.
- Sistemas de órgãos governamentais também sofreram com falhas, desde postos de fronteira em vários países até o Supremo Tribunal Federal (STF), no Brasil.
Como tudo começou?
Acredita-se que a Microsoft seja usada em 70% dos computadores do mundo. A companhia contrata uma solução da Crowdstrike, empresa de segurança cibernética que atende outras empresas, chamada Falcon. Essa ferramenta é responsável pela proteção durante a navegação na internet, a troca de mensagens, o envio de arquivos, entre outras atividades.
Programas seguros passaram a não funcionar ou sequer abriram para usuários. Essa programação equivocada levou diversos computadores a travarem no mundo todo.
Ação de hackers?
O CEO e fundador da CrowdStrike, George Kurtz, pediu desculpas pelo ocorrido publicamente e garantiu que o problema não foi “um incidente de segurança ou ataque cibernético”. A falha, segundo afirmou em rede social, foi identificada, isolada e uma correção foi implantada.
O que vem sendo chamado por especialistas de “a maior interrupção de TI da história” levou a empresa a sofrer queda de 11% em suas ações na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira, o que significa perda de US$ 9 bilhões. Com isso, Kurtz, que detém 5% da companhia, perdeu cerca de US$ 282 milhões em um único dia.
Seus rivais SentinelOne e a Palo Alto Networks fecharam com alta de 8% e de 2%, respectivamente. A Microsoft fechou em baixa de 0,7%.
O problema já foi resolvido?
Antes das 7h, o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou na rede social X que “o problema foi identificado e isolado, e uma correção foi implementada.” Por volta das 8h, a Microsoft disse que a causa da pane havia sido consertada, mas alguns sistemas ainda eram impactados. Em torno de meio-dia, a empresa disse que a falha havia sido sanada, mas os efeitos continuaram a ser sentidos.
A Microsoft disse em comunicado que estava tomando “ações de mitigação” em resposta a problemas na prestação de serviço. Porém, a recuperação das máquinas travadas não depende apenas de uma reinicialização, o que pode fazer com que a interrupção dos serviços ainda persista por algum tempo. É necessário que equipes de TI façam alguns procedimentos para que o Windows volte a funcionar.
Por exemplo, nos EUA, a CommonSpirit Health, que fornece atendimento em 150 hospitais em 24 estados, informou que, embora alguns computadores tenham permanecido operacionais, os comprometidos tiveram de ser consertados manualmente, um por um.
Pode ocorrer de novo?
Segundo especialistas, o apagão global de ontem é um alerta para os riscos da concentração na indústria de cibersegurança. A Microsoft usa os serviços da CrowdStrike para proteger seu sistema de nuvem, o Azure. Como o Windows está em 70% dos computadores globais, os efeitos se espalharam por todo o mundo.
Consequências
De acordo com o site flightaware, mais de 4.500 voos foram cancelados ao redor do mundo até as 20 horas do horário de Brasília. Algumas lojas da Starbucks foram fechadas porque os sistemas tinham parado de funcionar, e funcionários da fábrica da Tesla foram mandados mais cedo para casa por causa da pane tecnológica. Alguns outdoors da Times Square ficaram em branco.
O que a CrowdStrike e a Microsoft disseram?
George Kurtz, CEO da CrowdStrike, afirmou que a empresa assumiu a responsabilidade pelo erro e que uma correção de software foi lançada. Ele alertou que pode levar algum tempo até que os sistemas de tecnologia voltem ao normal.
“Estamos profundamente arrependidos pelo impacto que causamos aos clientes, aos viajantes, a qualquer pessoa afetada por isso”, disse ele em uma entrevista no programa “Today” da NBC.
Problemas da CrowdStrike
Não foi a primeira vez que a CrowdStrike sofreu problemas. Em abril, a empresa enviou uma atualização de software para clientes que usavam o sistema Linux e isso causou a queda de computadores, de acordo com relatório interno da CrowdStrike enviado a clientes sobre o incidente e que foi obtido pelo New York Times. Na ocasião, o bug, que aparentemente não tem relação com o problema registrado nesta sexta-feira, levou cinco dias para ser corrigido.