Aquela máxima de que após as eleições, os partidos “desmontam o palanque” já não existe mais e a politica contemporânea passou ao surgimento de nomes e partidos tão logo haja a apuração dos votos.
No entanto, antecipar as eleições nem sempre é um bom negócio para alguns pré-candidatos. Roseane Sarney, foi a primeira nas eleições, Em 2002, indicada como pré-candidata à presidência do país pelo PFL. Foi bombardeada por políticos, imprensa e teve que renunciar após o Escândalo da Lunus, que envolveu o marido dela, Jorge Murad.
Em Goiás, Antônio Gomide, então prefeito de Anápolis, não aguardou o tempo em que o então PMDB e PT acertaram uma aliança. Os líderes dos dois partidos combinaram que Iris Rezende seria o candidato ao governo e Antônio Gomide seria candidato ao senado federal.
No entanto Gomide, por obter 88,9% dos votos, o maior porcentual entre os 83 municípios do país com mais de 200 mil eleitores, na reeleição para prefeito, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez com que o ex-prefeito quebrasse o acordo e lançou-se candidato ao governo do estado o que acabou com as pretensões da chapa, derrotada tanto para o executivo como também para o senado federal.
Na época, um dos dirigentes petista, confidenciou ao Jornal Argumento que veio à Goiás para acompanhar o acordado que não houve. “Goiás é o Estado onde se gasta menos para eleger um senador, e o nosso projeto não é fazer um governador e sim um senador.” Disse o dirigente.
Este ano, o atual prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, parece não ter combinado com o partido e já lançou candidatura ao Governo de Goiás. Ainda sem partido, Mendanha, se apega a alta aprovação da gestão dele, acreditando ser um forte elemento para conseguir vencer o pleito contra Caiado/Daniel Vilella, que se apresenta em 2022.
Enquanto outros candidatos buscam construir uma boa base para pretensões eleitorais, o prefeito de Aparecida de Goiânia, acabou perdendo o principal apoio: MDB que fechou com o Governador Ronaldo Caiado uma chapa, onde Caiado tenta reeleição, tendo como vice o filho de Maguito Vilella e presidente regional do MDB, Daniel Vilella.
Para necessariamente massificar o nome Ronaldo Caiado, que até agora parece não ter candidato com potencial para vencê-lo, vai fazendo alianças com vários partidos, e já com o apoio do MDB.
Mendanha terá dificuldades pela frente, as maiores talvez sejam: juntar partidos para apoia-lo, tempo na tv e no rádio e recursos do fundo eleitoral para custear uma cara campanha. Sem tirar o brilhantismo de Gustavo Mendanha, somente um grande erro de Caiado para poder pensar em vitória.
Outro desafio é vencer o fogo amigo, manter-se vitaminado durante um ano, convencer os dirigentes dos partidos que tem reais chances de vencer. Pode-se dizer ainda que Aparecida de Goiânia tem menos eleitores que Goiânia e pouco mais que Anápolis. Ou seja, a eleição para o governo do Estado pode se resumir no resultado obtido nos três maiores municípios goianos.
Há de se entender ainda que Caiado e Daniel vão abocanhar parte do eleitorado aparecidense que elegeu Mendanha com a maior votação da história do município na reeleição.
Wanderlan Cardoso também acreditou que ser um bom gestor municipal era credencial para disputar em condições de ganhar o executivo goiano e goianiense. Perdeu as duas disputas.