O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta terça-feira, 6, a intenção do governo de “aterrissar” em um novo programa social após a nova rodada do auxílio emergencial – a previsão é os pagamentos sejam feitos de abril a julho. “Vamos aterrissar em uma ferramenta diferente, um programa de renda básica familiar sustentável”, disse em evento promovido pelo Itaú.
No ano passado, a equipe econômica tentou tirar do papel o Renda Brasil, como é chamada a reformulação do programa Bolsa Família. Para isso, mirou em revisões de despesas já existentes, como o abono salarial (espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira que ganham até dois salários mínimos) e o seguro-defeso (pago a pescadores artesanais na época em que a prática é proibida) Guedes reconheceu que o Renda Brasil não foi politicamente aceito quando foi pensado em 2020.
O plano, no entanto, foi rejeitado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que disse não querer “tirar de pobre para dar a paupérrimos”. A equipe econômica também cogitou congelar aposentadorias e mexer no seguro-desemprego, iniciativas que renderam uma ameaça de “cartão vermelho” ao secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
Após esses episódios, o plano do Renda Brasil ficou guardado nas gavetas da Economia. Desde a confirmação da nova rodada do auxílio emergencial, porém, a reformulação dos programas sociais voltou ao debate. Hoje, Guedes reconheceu que o Renda Brasil não foi politicamente aceito quando foi pensado em 2020, por causa das compensações necessárias, mas demonstrou confiança em resgatar o plano.
“Renovamos os programas (de auxílio), mas sempre com ideia de remover camadas gradualmente”, disse Guedes. Segundo ele, além do programa de renda básica, o governo planeja ajudar invisíveis com programas específicos, como a carteira verde amarela, que busca aumentar a empregabilidade reduzindo encargos pagos pelas empresas. “Queremos fazer inclusão produtiva de informações, que eles consigam emprego”, disse o ministro.