O Ministro Sergio Moro em nada lembra o juiz Sergio Moro. Passados oito meses como ministro, Moro tem sido o alvo do Presidente Jair Bolsonaro, ao ponto de publicamente desautorizar decisões do Ministro, como no caso da contratação de uma pessoa, não amiga do Presidente, mas de confiança do ministro ter sido demitida publicamente. A saída do COAF do ministério da justiça indo para o da Economia, também criou desgaste entre Moro e Bolsonaro.
A tão sonhada indicação para as vagas que surgirão no STF, caíram por terra quando o Presidente disse que “em momento algum prometeu indicar Moro para uma vaga no STF. Estes são apenas algumas das inumeras humilhações praticada pelo presidente. A mais recente e que poderá despir Moro da autoridade de ministro é a indicação do novo diretor geral da Policia Federal, cargo de confiança de ministro, que pode cair por terra. O Presidente quer escolher um Diretor que não leve adiante algumas investigações contra a familia Bolsonaro, como a que investiga a ligação do filho do Presidente com desvios de dinheiro feito por um auxiliar muito proximo. Este fato fez com que a associação nacional dos Delegados da Policia Federal sugerissem a renuncia de Moro.
Aos poucos Moro tem sentido na carne a revolta do parlamento contra as ações espetaculares que praticava como Juiz. Hoje nada pode fazer sem a aprovação do congresso que ele tanto indiciou. A aprovação das medidas de abuso de autoridade, feita pelo parlamento em tempo recorde, foi outro duro golpe aplicado ao ex-juiz.
A insatisfação de Bolsonaro contra Moro virou números em uma pesquisa realizada semana passada onde Moro é conhecido por 94% dos entrevistados e a atuação dele obteve 54% de aprovação. Detalhe: mesmo elevada, a aprovação de Moro em abril era de 63%, o que configura uma queda de quase 10 pontos.
Silenciosamente Moro se mantém. Quando perguntado pelas ações do Presidente, Moro repete a frase que a cada dia perde mais valor. “quando fui convidado para ser ministro, exigi carta branca.” Porém Bolsonaro quando provocado diz que quem manda no Pais é ele.
O inferno astral de Moro foi fomentado pelas interceptações do “intercept”. Em situação paradoxal, Moro reconhece que manteve mesmo contato com promotores da lava jato, grampeados, mas não assume as mensagens integralmente.
Já há no congresso alguns parlamentares dispostos a criar situações piores à Moro. “Muita gente, pensava que virando ministro Moro teria super poderes, agora já se percebe a falta de tato dele com membros desta casa, disse um parlamentar ao Jornal Argumento. Nos bastidores alguns deputados comentam criar uma CPI para para apurar fatos ligados a Moro. Apagado, Moro virou “Bibelo” no governo.