Desembargador pontuou que não há comprovação de que a liberdade dele represente risco à vítima. Mulher retirou a denúncia, mas o processo segue mesmo assim. Vídeo registra a agressão em estacionamento de hospital.
O médico acusado de agredir e atirar contra a namorada no estacionamento de um hospital de Goiânia foi solto na quarta-feira (14). Uma decisão judicial apontou que não há comprovação de que a liberdade dele represente perigo para a vítima ou para a sociedade. Uma câmera de segurança registrou as agressões à mulher (veja acima).
O cirurgião plástico Márcio Antônio Barreto Rocha é acusado de tentativa de feminicídio. Segundo a polícia, após puxar o cabelo da namorada e jogá-la no chão, ele sacou uma arma e atirou duas vezes. Um dos disparos atingiu a perna da mulher e o outro, a perna dele.
O advogado Cainã Camargo Jacundá, que defende o médico, informou que não existe nos autos “prova satisfatória que o Sr. Márcio de fato tinha a intenção de ceifar a vida da suposta vítima” e que o médico é réu primário, tem bons antecedentes, trabalha e tem residência fixa.
O crime foi registrado no dia 25 de setembro. Porém, quatro dias depois, a vítima foi à delegacia para retirar a denúncia, alegando que o médico não apresentava risco a ela. Entretanto, mesmo com o pedido, as investigações continuaram e o homem foi indiciado e denunciado por agredir e atirar contra a namorada.
No documento que soltou Márcio Antônio, o desembargador Ivo Favaro apontou que as decisões anteriores que mantiveram a prisão do médico não conseguiram apontar a necessidade real de que o acusado continuasse detido. Além disso, o magistrado apontou que a própria vítima pediu a retirada das medidas protetivas, dizendo que ele não representava risco.
O desembargador determinou, no entanto, que o cirurgião plástico não se aproxime nem tenha contato com a vítima e compareça a todas as etapas do processo.