Durante sessão plenária, vereador ameaça outro parlamentar, dizendo que daria uma surra de cinto.

O vereador Sargento Novandir (Republicanos) disse que o colega Gerverson Abel (Avante) precisava apanhar de cinto no lombo durante a sessão plenária de quarta-feira (20) da Câmara de Goiânia. O arquivamento de um projeto que previa a reativação de uma creche comunitária foi o motivo da discussão.
Novandir usou seu tempo na tribuna para acusar o vereador Geverson Abel de articular votos com outros parlamentares para não levar o projeto adiante.
Vereador Sargento Novandir ameaça colega com cinto no lombo durante sessão da Câmara de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O vereador continuou com as ameaças no último minuto que tinha na tribuna e ainda tirou o cinto da cintura e bateu na mesa.
O vereador Geverson Abel se manifestou em nota dizendo que repudia toda e quaisquer formas de violência, como a demonstrada pelo sargento Novandir e que não tem envolvimento com o projeto arquivado da creche, citado pelo parlamentar.
O sargento disse que exagerou na sua fala. “Acho que não deveria ter chegado a esse ponto. Nós temos que ter um bom relacionamento entre nós parlamentares. Mas por outro lado, jamais podemos prejudicar a sociedade pensando em politicagem”, avaliou.
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O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Anselmo Pereira, disse que sem uma reclamação formal, o órgão não pode avaliar a conduta do vereador Novandir.
“Houve praticamente uma ofensa indireta. Ela não foi totalmente ao vereador. Mas na nossa interpretação, se houver a reclamação do vereador Geverson Abel, nós teremos que apurar”, explicou Anselmo Pereira.
Geverson Abel disse que analisa se vai apresentar reclamação formal sobre as ofensas e acusações durante a sessão.
Para o cientista político Guilherme Carvalho, a cena foge do papel de um vereador e dá mau exemplo aos eleitores.
“Isso é extremamente danoso para a saúde da democracia e para a cultura política. Não leva a nada e dá mau exemplo para a sociedade. O eleitor fica sem a política pública e acaba exposto diante das câmeras em uma situação de extrema vulnerabilidade”, avalia o cientista político.