Saúde

Dez vezes mais letal, novo surto de Mpox assusta OMS e preocupa Goiás; veja sintomas

Uma nova mutação da Mpox (varíola dos macacos) fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse “emergência sanitária global”. A nova cepa já havia sido identificada pela organização, porém, a proliferação e a letalidade da mutação preocupam cientistas e profissionais de saúde.

Segundo a OMS, a nova variante, denominada 1b, possui uma taxa de letalidade superior a 10% dentre crianças pequenas na África. Na epidemia global de mpox em 2022, a variante 2b apresentou uma taxa de letalidade inferior a 1%, colocando a nova cepa como 10 vezes mais letal.

Os principais sintomas são erupções cutâneas espalhadas por todo o corpo, enquanto as versões anteriores apresentavam lesões mais localizadas. Por conta disso, a nova mutação é considerada mais perigosa que o que causou a epidemia em 2022.

Ao Jornal Opção, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, a OMS decreta emergência sanitária global quando há riscos da doença se espalhar pelo mundo podendo chegar, inclusive a Goiás. “É uma doença que é altamente transmissível, que pode causar formas graves e que pode ser dispersar pelo mundo. Existe risco dessa doença começar a surgir em outros locais, inclusive em Goiás. Então as vigilâncias epidemiológicas devem estar atentas e principalmente profissionais de saúde que estão ali na ponta atendendo paciente. No surgimento de algum caso suspeito, eles deverão comunicar imediatamente”, explica.

Segundo Flúvia, a doença não é novidade para Goiás, mas a nova cepa é mais letal, o que preocupa. “Estamos notificando e investigando casos. Esse ano foram 84 casos notificados, tendo 12 confirmados. Felizmente nós não tivemos nenhum óbito nem em 2023 nem em 2024 por essa doença. A maioria dos pacientes infectados ficaram bem. Apenas dois pacientes até o momento precisaram ficar hospitalizados. Mas mesmo assim, diante dessa mutação que o vírus sofreu, a gente precisa estar em alerta para saber como é que vai acontecer aqui”, disse.

A superintendente ainda explicou que o estado tem um plano de contingência que estabelece quais são as unidades de referência onde o paciente pode ser atendido e qual o protocolo a ser implementado pelos profissionais de saúde para o diagnóstico. “Nosso laboratório central está preparado para receber essas amostras. As nossas vigilâncias já possuem a nota técnica informando quais são as providências a serem tomadas diante de um caso e vamos, a partir da semana que vem, emitir esse alerta aos profissionais de saúde se atentarem que casos suspeitos com sintomas e sinais característicos eles precisam ser notificados imediatamente”, continuou.

Sintomas

A mpox pode causar uma série de sinais e sintomas. Embora algumas pessoas apresentem sintomas menos graves, outras podem desenvolver quadros mais sérios e necessitar de atendimento em unidades de saúde.

O sintoma mais comum da doença é a erupção na pele, semelhante a bolhas ou feridas, que pode durar de duas a quatro semanas. O quadro pode começar com ou ser seguido de febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados. A erupção cutânea pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genitais e/ou anal.

As lesões também podem ser encontradas na boca, na garganta, no ânus, no reto, na vagina ou nos olhos. O número de feridas pode variar de uma a milhares. Algumas pessoas desenvolvem ainda inflamação no reto, que pode causar dor intensa, além de inflamação dos órgãos genitais, provocando dificuldade para urinar.

Transmissão

O vírus se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato próximo com alguém infectado, incluindo falar ou respirar próximos uns dos outros, o que pode gerar gotículas ou aerossóis de curto alcance; contato pele com pele, como toque ou sexo vaginal/anal; contato boca com boca; ou contato boca e pele, como no sexo oral ou mesmo o beijo na pele. Durante o surto global de 2022/2023, a infecção se espalhou sobretudo por via sexual.

Pessoas com mpox são consideradas infecciosas até que todas as lesões tenham formado crostas e essas crostas caiam, formando uma nova camada de pele. A doença também pode ser transmitida enquanto as lesões nos olhos e no restante do corpo (boca, garganta, olhos, vagina e ânus) não cicatrizarem, o que geralmente leva de duas a quatro semanas.

É possível que o vírus persista por algum tempo em vestimentas, roupas de cama, toalhas, objetos, eletrônicos e superfícies que tenham sido tocadas por uma pessoa infectada. Outra pessoa que toque nesses objetos pode adquirir o vírus se tiver cortes ou escoriações ou mesmo ao tocar olhos, nariz, boca e outras membranas mucosas sem antes lavar as mãos.

A mpox pode ser transmitida durante a gravidez, da gestante para o feto, e durante ou após o parto, através do contato pele a pele.

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