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Artigo: Quem disse que acabou a corrupção no Brasil, deve avisar presidente do STJ.

Presidente do STJ João Otávio Noronha Nega 700 pedidos de habeas corpus, e concede à Queiroz e à Marcia Aguiar.

O Presidente Jair Bolsonaro se vangloria de não ter um só caso de corrupção no governo dele. Ávidos por um presidente moralista, bolsonaristas distribuem em mensagens nas redes sociais a lisura do ocupante do executivo. Porém fazem questão de desqualificar, sem argumento e só com ofensas, as peripécias da família real.

O mais recente foi a liberação do operador da rachadinha Fabricio Queiroz. João Otávio, presidente do STJ aceitou o pedido da defesa de Queiroz para colocá-lo em regime de prisão domiciliar. João Otávio é amigo de Jair Bolsonaro e tem o sonho de compor a mais alta corte do judiciário brasileiro, o STF.

Não comento o fato de conceder o benefício à Queiroz, que tem problemas de saúde, agora colocar em liberdade uma fugitiva da justiça, a esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, que até a decisão de João Otávio, era considerada foragida,  alegando que ela também correria risco de contrair a covid 19 e também de ser a cuidadora da saúde de Queiroz, é, no mínimo debochar da cara de um povo que, de tanto ver a justiça tomando partido e defendendo interesses de seus membros, deixa de acreditar  na instituição que por muito tempo era considerada pela população brasileira a menos corrupta e motivo de admiração.  

Qual o risco   Márcia, que abandonou Queiroz dias antes da decretação da prisão do marido, tem de se contaminar com a pandemia do coronavirus? E como ela pode cuidar da saúde do marido quando preferiu manter-se fora da prisão e que se danasse o operador da rachadinha?

Agora a justiça reconhece a necessidade da companheira estar ao lado do investigado. Isto é mais uma cusparada na cara de um povo que já se esqueceu o que é ser cidadão e passou a ser contribuinte.

Mas  a decisão que  liberou Queiroz e a esposa dele não serviu para colocar em prisão domiciliar 700 presos, em situação análoga a de Queiroz,   que fizeram um pedido em conjunto de  habeas corpus para cumprir em casa as sentenças e não  em prisões repletas de problemas de saúde,  distribuindo para os demais detentos o vírus que pode matar Queiroz, mas não matará os milhares de presos que não tem condições de contratar um bom advogado e depende da  defensoria pública que sequer consegue acompanhar um por cento dos presos que estão atrás das grades  de forma preventiva, esperando o julgamento ou simplesmente esquecidos pelo Estado.

Não defendo bandido. Mas também não concordo com um País onde todos os setores estão encharcados de “jeitinhos” quando quem deveria defender o Estado, se corrompe em busca de melhores salários e cargos.  O Brasil é um país rigoroso com o povo pobre e benevolente com seus filhos abastados.

Queiroz solto, joga por terra uma possível delação premiada, que acabou com os últimos governantes e empresários, e certamente traria à luz situações, negociatas e, quem sabe, um possível impeachment. Mas com a decisão do presidente do STJ debela o fogo que começava a queimar os monarcas do planalto.

O Pobre Queiroz, amigo da realiza bolsonarista,  não pode ficar trancafiado em uma cela onde não tem qualquer contato com outro preso. No entendimento do Presidente do STJ a mulher de Queiroz também correria risco de contrair o vírus se fosse para a cadeia também.

A verdade é que a corrupção sempre esteve em  todos os  setores públicos. Coitado de quem pensa que estamos acabando com a corrupção no Brasil. Estamos é enterrando o respeito de um povo ao Judiciário. O mesmo judiciário que vai investigar o desembargador que xingou o guarda municipal e que já respondeu a mais de 40 investigações. Para muita gente o poder judiciário é exemplar. Exemplar para quem tem poder para promover e dinheiro para pagar alguns luxos.   

Só para dizer: não sou esquerdista, comunista, lulista, petista e nem direitista. Sou um jornalista que tem pena do povo brasileiro que por  falta de conhecimento da constituição brasileira,  que não sabe que não existe   impeachment de um ministro do supremo. No máximo, aposentadoria compulsória.

Por André Marques

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