Operação investiga lavagem de dinheiro e tráfico de drogas no DF e em três estados.
Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrada na manhã desta sexta-feira (5), investiga uma organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas e suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, os principais alvos são um casal e os dois filhos, que vivem em Goiás.
A apuração começou em maio de 2019. Os agentes constataram que o grupo era “responsável por abastecer o DF, especialmente a região de Ceilândia, com carregamentos de entorpecentes”. A identidade dos envolvidos não foi divulgada. Até a publicação desta reportagem, quatro pessoas haviam sido presas.
Ainda de acordo com a corporação, a família mantinha uma “altíssimo padrão econômico de vida” e fraudou benefícios sociais do governo federal. A operação foi batizada de “Sborone”, que em uma tradução livre, faz referências a “esbanjador, gangster, extravagante, exibido”.
Ao todo, estão sendo cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de três imóveis e mandados de prisão no DF e em três estados:
- DF (Ceilândia, Samambaia e Águas Claras)
- São Paulo (Ribeirão Preto)
- Goiás (Goiânia, zona rural de Cromínia, Aparecida de Goiânia e Luziânia) e
- Santa Catarina.
PCDF encontrou foto de notas de dinheiro em troca de mensagens entre pai e filho investigados por tráfico de drogas — Foto: PCDF/DIvulgação
Investigação
A investigação apontou que a família agia de modo “semelhante à mafia italiana”. Os líderes da organização criminosa são o pai e o filho mais velho. Durante umas das operações que buscava provas sobre a atuação dos suspeitos, a polícia encontrou trocas de mensagens entre os envolvidos, em que o filho mencionava que “cresceu vendendo pó”.
“O envolvimento entre os familiares denota atuação semelhante às máfias italianas, organizadas, muitas vezes, em torno de grupos familiares, cujos filhos, à medida que vão crescendo, assumem papel importante na hierarquia do crime, chegando a ocupar ou substituir o pai na organização criminosa.”
OS investigados já tinham sido alvos de uma operação ocorrida em 2012 e, alguns deles, condenados pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Alto padrão de vida
A apuração apontou ainda a suspeita de lavagem de dinheiro. Os agentes localizaram transações bancárias entre os investigados e uma empresa de fachada localizada em Ribeirão Preto (SP), que atua no ramo de seguros.
Segundo a Polícia Civil, o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões, “havendo fortíssimos indícios de lavagem de dinheiro e de utilização desta conta para realização de pagamentos e operações cambio por organizações criminosas do Sudeste”.
Desde o início da investigação, em 2019, os suspeitos adquiriram imóveis, jet-skis, veículos de luxo – um deles, uma Land Rover Velar avaliada, à época em R$ 360 mil, além de joias.