Já estava tudo pronto para que a mesa diretora da Câmara Municipal homologasse os nomes que vão compor a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg já na sessão desta quarta-feira, 15. No entanto, um impasse deve atrasar o processo de homologação. Nos bastidores, fontes relataram ao Jornal Opção que a movimentação da Prefeitura tenta frear o andamento da comissão.
O bloco Liberdade – que é da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), apesar de já ter protocolado o nome do vereador Leo José (Republicanos) como titular da comissão e da vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) como suplente, parece não estar com total certeza da escolha.
De acordo com o regimento da casa legislativa, os blocos ainda podem mexer na composição, mas as eventuais alterações só podem ser feitas durante a sessão e comunicadas de imediato à mesa. Com a comissão instalada, a primeira reunião poderia ser convocada a qualquer momento, inclusive imediatamente. E há quem diga que, dependendo do rumo que as investigações tomarem, a CEI abriria brecha até para um pedido de impeachment do prefeito.
Se não houver mudanças, seguindo o que já foi protocolado nesta terça-feira, 14, devem compor a CEI da Comurg os seguintes nomes: o proponente da comissão, Ronilson Reis (PMB) – do bloco Goiânia Transparente -, Leo José (Republicanos) – bloco Liberdade -, Pedro Azulão Jr. (PSB) – bloco Independência -, Welton Lemos (Podemos) – do Vanguarda -, Thialu Guiotti (Avante) e Paulo Henrique da Farmácia (Agir) – ambos do bloco da Ordem – e Henrique Alves (MDB).
Na suplência, os nomes protocolados são os seguintes: Willian Veloso, do PL (Ordem), Lucas Kitão, do PSD (Goiânia Transparente), Sabrina Garcez, do Republicanos (Liberdade) e Denício Trindade, do MDB. Os blocos Independência e Vanguarda não fazem suplentes.
Articulações para a presidência da CEI movimenta Câmara
Por enquanto, as articulações para garantir a presidência da Comissão Especial de Inquérito tem movimentado os corredores da Câmara. Até porque, no momento em que os integrantes da comissão se reunirem para eleger o presidente, o vice e escolher alguém para a relatoria, já será possível ter uma ideia do rumo que tudo vai tomar.
“Se o Ronilson for eleito, a tendência é que a CEI tenha um comportamento mais de oposição. E, dependendo de quantos votos ele tiver, terá força pra fazer a comissão especial de inquérito funcionar. E um proponente que se elege presidente, vai querer que as coisas funcionem”, avaliou um fonte do legislativo.
“O Ronilson hoje pode ser considerado um vereador de oposição pela movimentação dele. Até foi quem propôs a CEI. O Henrique Alves, apesar de moderado, tem a questão do MDB, que desembarcou da Prefeitura. De qualquer forma é imprevisível como eles vão votar”, avaliou outro interlocutor.
Conforme o apurado pelo Jornal Opção, a ideia inicial seria de que a relatoria da comissão fique com um nome mais moderado. “Nesse caso Henrique Alves é bem cotado assim como Sabrina Garcez. Ela foi relatora do Plano Diretor e do Código Tributário. Mas, pra isso, ela tem que vencer uma briga interna contra Leo José e sair da suplência. Mas sendo o Ronilson o presidente, qualquer um dos outros seis pode ser o relator”, comentou o interlocutor da Câmara.
Seja quem for, tem que ter tempo e disposição para realizar o trabalho em uma dedicação quase que exclusiva. “Vai ter muita visibilidade e pode contar com pessoas preparadas trabalhando pra ele, inclusive gente de fora da estrutura da Câmara”, lembrou uma fonte do legislativo municipal.
Teste de fogo da Prefeitura
Fontes ouvidas pelo Jornal Opção dizem que ainda não é possível cravar como serão os votos dos parlamentares da CEI, até porque, na teoria, não existem vereadores de oposição na composição da comissão. No entanto, na prática a banda toca diferente.
De fato, a CEI da Comurg será o primeiro grande teste do prefeito Rogério Cruz desde que a relação com a Câmara azedou quando ele vetou as alterações de vereadores no Código Tributário, no fim do ano passado. Segundo cálculos de fontes do Paço, a Prefeitura contabiliza hoje 23 vereadores na base, que agora, mais do que nunca, será testada. “Comportamento em plenário é uma coisa, na CEI é outra”, antecipou um interlocutor da Câmara.