Potências globais importantes, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia, têm sido incisivos em suas críticas à invasão da Ucrânia pela Rússia, além de ter liderado as sanções contra Moscou e o apoio a Kiev.
Mas as reações em relação à Rússia foram muito mais variadas em todo o mundo.
O Brasil, por exemplo, tem adotado uma postura dúbia: alterna entre silêncio, orientações a brasileiros para deixarem a Ucrânia, declarações de solidariedade à Rússia pelo presidente Jair Bolsonaro e voto na Conselho de Segurança da ONU contra a invasão russa.
Entenda a posição de alguns dos principais países e o que os líderes mundiais disseram sobre a invasão.
China
O fato mais notável sobre a reação da China ao conflito é que não houve palavras do presidente Xi Jinping — em vez disso, declarações foram emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores do país.
Crucialmente, porém, a China até agora não usou a expressão “invasão” quando se trata das ações da Rússia na Ucrânia.
Especialistas em relações internacionais não ficaram surpresos com essa postura e apontaram que, em 4/02, Xi e o líder russo Vladimir Putin se encontraram em Pequim — seu 38º encontro desde 2013.
Ambos os líderes emitiram uma declaração conjunta na qual pediram às potências globais, principalmente EUA, União Europeia e Reino Unido, que “abandone as abordagens ideologizadas da Guerra Fria”.
Xi criticou especificamente a expansão da aliança militar liderada pelos EUA, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na região da Europa Oriental.
Mais notavelmente, a China se absteve de uma votação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para condenar a invasão russa.
Índia
Horas após a invasão russa da Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Rajkumar Ranjan Singh, disse que o país era “neutro” no conflito.
O país também se absteve da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a invasão.
Moscou e Déli têm laços de defesa de longa data, mas o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está em contato com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Em 26/02, Modi se ofereceu para “contribuir de qualquer forma para os esforços de paz”, segundo um porta-voz do governo.