Após o superávit puxado pela contabilização dos recursos do Pis/Pasep, as contas do Governo Central voltaram a registrar superávit primário em outubro. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou positiva em R$ 18,277 bilhões. O resultado sucedeu o superávit de R$ 11,548 bilhões em setembro.
O saldo, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, teve desempenho pior em termos reais em relação ao mesmo mês de 2022, quando foi registrado superávit de R$ 32 bilhões. Em valores nominais, o resultado de outubro do ano passado foi positivo em R$ 30,592 bilhões.
O resultado do mês passado ficou acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um saldo positivo de R$ 15,5 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. O dado de outubro ficou no intervalo das estimativas, todos de superávit, que iam de R$ 4,10 bilhões a R$ 23,80 bilhões.
No acumulado do ano até outubro, o Governo Central registrou déficit de R$ 75,090 bilhões, o pior resultado desde 2021. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 70 bilhões, em valores corrigidos.
Em outubro, as receitas tiveram baixa real de 0,3% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 4%. Já as despesas subiram 10,1% em outubro, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 5,7%.
Em 12 meses até outubro, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 85,3 bilhões, equivalente a 0,83% do PIB. A meta fiscal ajustada para 2023 admite um rombo primário de até R$ 213,6 bilhões.
No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em novembro, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 177,4 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 1,9% do PIB. A equipe técnica da Fazenda desejava um déficit de 1,0% do PIB em 2023, mas já admite que pode ficar em torno de 1,3% — cerca de R$ 142 bilhões.