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Que pena, Brasil!

Já fomos a 6ª maior economia do mundo. Temos o mais completo e eficiente sistema de saúde do mundo, o SUS. Moramos “em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.” Cantava Bem Jor.

Mas a realidade está longe de existir, se é que um dia existirá. Na verdade somos e seremos sempre contribuintes e nunca cidadãos. Somos pacatos, aceitamos todos os desmandos e pedimos para Deus consertar aquilo que deveria funcionar plenamente.

A pandemia está escancarando os gargalos tanto na saúde, como na economia, educação e vida. Sim, vida!  Hoje não pensamos em outra coisa senão conseguir atravessar a pandemia de covid 19 vivos. Prova disto é a alegria e a retomada de planos de quem já recebeu ao menos uma dose da vacina.  Nós não somos muito exigentes, aceitamos com gratidão o que é obrigação dos gestores deveriam ter.

A covid 19 em 2020 foi encarada com uma guerra que teríamos que vencer. Afinal vencemos a gripe espanhola, varíola, aids, febre amarela, a dengue, a H1N1 e outros vírus. Em 2020 o governo conclamou os profissionais de saúde, que estavam em processo de conclusão de cursos na área da saúde para ajudar a combater a pandemia. Vários hospitais de campanha foram construídos, mesmo super faturados, para atender a demanda reprimida.

Em agosto e setembro houve uma Falsa impressão de que já caminhávamos para a vitória. Tanto assim que o nosso Presidente disse que as empresas fabricantes de vacinas é que deveriam procurar o governo brasileiro para vender vacinas. “Somos 210 milhões de pessoas, por isto temos que ser procurados”. Em setembro o presidente deixou de comprar 70 milhões de vacinas por capricho.

Bolsonaro e os ministros da saúde, jamais imaginaram que o caos estava com os dias contatos para chegar e provocar o maior número de mortes na história do brasil desde a gripe espanhola, que matou mais de 1 milhão de brasileiros.

Na verdade no brasil é sempre assim: em um primeiro momento todos se unem mas com o passar do tempo vão abandonando os problemas que ainda existem. Empresas doavam milhões e milhões de reais para a compra de remédios, comida, insumos, cestas básicas e outros importantes itens.

Mas hoje não há mais grandes doações para salvar milhares de trabalhadores que tiveram que deixar de trabalhar pelo distanciamento ou perderam o trabalho e encontravam nas doações a condição de superar o momento difícil que passamos.

Dia após dia, noticiários mostram pessoas que fazem apenas uma refeição ou nenhuma por dia; graças a caridade daqueles que não baixaram as guardas e continuaram ajudando o sofrido povo brasileiro. A grande maioria de famintas famílias recebem um pouco de comida em uma marmita. Uma ONG que distribuía mais de 18 mil refeições por dia, hoje não consegue chegar a 6 mil e o povo faminto tem que ir de madrugada para a fila do almoço.  

O auxilio emergencial acabou em dezembro. Desde então a fome e a pobreza impuseram mais sofrimentos ao já sofrido povo brasileiro.

Bolsonaro será lembrando eternamente por ter tradado o vírus como gripezinha, por dizer apenas que maricas temiam morrer. Estamos nos aproximando cada vez mais rápido dos 500 mil brasileiros mortos pelo vírus fatal e as variantes cada vez mais agressivas.

Já se tornou redundante   dizer que só a vacinação pode salvar. Mas quantos morrerão até ser imunizados?  A esperança vem da forma que faz com que os governantes se movimentem. Bastou o discurso do Lula culpando Bolsonaro para que o Presidente passasse por cima das convicções e mudasse a postura: o presidente passou a usar mascara, comprar mais de 138 milhões de doses da vacina, ressuscitou o auxílio emergencial, começou uma campanha publicitária dizendo para usar mascara, tomar vacina…  tudo para que no ano que vem, nas eleições, não perca a disputa pela negação e lentidão no combate ao vírus.  

Que pena, brasil!

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