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Iris Rezende encerra carreira politica como um dos últimos Estadistas do País.

É difícil para um Estadista, pessoa ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política; homem de Estado, ser entendido pelos cidadãos. O Estadista não se preocupa com a popularidade e dá continuidade as principais obras que recebe quando assume o governo, seja municipal, estadual ou federal.

Um exemplo de talvez o ultimo Estadista foi Mario Covas. Eleito pela terceira vez, ao cargo de governador, em 1998, covas assumiu o Estado de São Paulo com inúmeras dividas e o caixa vazio.  Privatizou algumas empresas estatais  conseguindo mais de 40 bilhões de reais, que foram aplicados  no pagamento de servidores, empresas prestadoras de serviço – que já haviam abandonado algumas obras por não terem recebido -, e investido muito no quesito mobilidade.

Ao assumir o governo, Covas adotou uma politica de não ceder as pressões parlamentares, de servidores e de prestadores de serviço. Esta postura custou a Covas repudio por parte principalmente dos servidores públicos. Por diversas vezes Covas foi atingido por ovos, tomates e pedaços de madeiras. Mesmo diante das agressões, Covas deu continuidade ao seu projeto de governo. Em março de 2001, o então governador foi vencido por um câncer. Geraldo Alckmin, na época vice de Covas, herdou um estado sem dividas e ainda mais de 50 milhões de reais nos cofres da fazenda.

Relendo a trajetória de Iris Rezende em todos os cargos que passou, Governador, Ministro e prefeito de Goiânia, sempre teve uma visão de longo prazo e também de ações da mesma maneira.

Iris  fez a  carreira pelo estado de Goiás, tendo sido vereador e prefeito de Goiânia, deputado estadual em Goiás, governador do estado por dois mandatos, senador da República por Goiás, ministro da Agricultura no governo José Sarney e da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). Iris Rezende teve o mandato cassado pelo regime militar, em 1969.

A construção de residências em regime de mutirão, como a Vila Redenção. Vale ressaltar que nas décadas de 60 e 80 não havia o programa minha casa minha vida. E todas as casas construídas foi em parceria com os moradores. Depois da vila redenção, Iris também, junto com os cidadãos, construiu a vila mutirão e outras mais.

No atual mandato, Iris repetiu a forma Estadista. Conseguiu equilibrar as contas do município, mas para isto sofreu forte pressão de moradores, vereadores, governadores e também de políticos, que provocaram o chamado “Fogo Amigo.”

Foto: Jackson Rodrigues

Há dois anos, Goiânia já começou  a receber benefícios em várias áreas, desde asfálticas, saúde, educação, mobilidade,   revitalização da histórica estação rodoviária o que mostra mais uma vez a visão de Estadista de Iris Rezende, que em todas as vezes que assumiu o Governo ou Prefeitura sempre deixou obras que atendem a capital e também cidades do interior do Estado.

O mutirão onde o poder e o cidadão se juntaram criaram centenas de casas. A maioria das cidades receberam um ginásio de esportes. Agora Iris dá continuidade com o BRT, revitalização de praças, que quando foi prefeito pela ultima vez, conseguiu eleger Goiânia uma das Capitais mais bem urbanizada do mundo. Levando qualidade de vida aos moradores.

Iris poucas vezes disse “no meu governo”, como forma de não atender o clamor do Estado e também da Capital. Iris sempre faz questão de dizer “nosso governo”, uma forma de inserir a participação do cidadão em projetos de grande importância.

Iris chega ao final da carreira politica com altíssima aprovação, que foi de fundamental importância para a eleição de Maguito Vilella neste ano. Nenhum dos candidatos ao executivo fizeram criticas à administração do prefeito.

Ao anunciar que não mais participará de eleições, “não serei candidato a reeleição e não farei campanha para nenhum dos candidatos. Entregarei, no dia primeiro de janeiro de 2021, o comando da cidade ao meu sucessor.” estas foram as ultimas palavras do prefeito, Iris Rezende sobre o futuro politico dele.

Quem poderia imaginar que, ao assumir o comando de executivo de Goiânia, onde foi bombardeado por todos durante os dois primeiro anos de governo, Iris chegaria ao terceiro ano com as contas sanadas, mais de 200 milhões no caixa, para obras e cortejado pela administração que impôs.

Por isto, é impossível não conceder à Iris Rezende o justo reconhecimento de um dos últimos Estadistas do Brasil. Um politico que nunca teve ações de governo, mas, sim, de Estado. Perde a politica, perde o cidadão com a aposentadoria de Iris Rezende, depois de mais de 50 anos dedicados ao anseio de um País, de um Estado e de um município.

Incontáveis são as merecidas homenagens de reconhecimento de todas as classes Goianas e Goianienses. Há exemplo de Getúlio Vargas, Iris deixa a politica para entrar na historia como o Ultimo Estadista da politica Brasileira.

O Jornal Argumento, que há mais de 25 anos, acompanha a politica no Pais, também presta homenagem ao homem e politico Iris Rezende.

Por André Marques

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