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Segurança de Gusttavo Lima é alvo de operação suspeito de integrar esquema do PCC que movimentou R$ 100 milhões

O policial civil e segurança do cantor Gusttavo Lima, Rogério de Almeida Felício, mais conhecido como Rogerinho, é procurado pela Polícia Federal (PC) suspeito de ter ligação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O agente, que faz parte da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP), integra a lista de alvos da PF, que deflagrou nesta terça-feira, 17, operação com o objetivo de combater uma organização criminosa estabelecida na corporação paulista.

O delegado Fábio Baena Martin e policiais civis acabaram sendo presos suspeitos de participar do esquema, que movimentou mais de R$ 100 desde 2018. A ação é acompanhada pela Corregedoria da PC-SP, além do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Ao todo, são cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no Estado.

Rogerinho foi um dos citados na delação do empresário Vinícius Gritzbach, executado com dez tiros na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no mês passado. Segundo a delação, o policial é suspeito de ter ficado com um relógio do delator do PCC. Gritzbach tinha prints das redes sociais onde agente ostentava o relógio, supostamente fruto de negociações ilegais entre os dois.

Com salário de pouco mais de R$ 7 mil na PC, ele é apontado pelos investigadores como sócio de uma clínica de estética, de uma empresa de segurança privada e de uma construtora em São Paulo. Nesta manhã, a PF fez buscas nos endereços ligados ao policial civil, mas não o encontrou.

Segundo as investigações, o esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

Rogerinho ao lado do cantor Gustavo Lima em Miami, nos Estados Unidos | Foto: reprodução/redes sociais

Operação conjunta

A Justiça decretou a prisão temporária de um delegado e agentes, além de buscas e apreensões em endereços relacionados a eles, e outras medidas cautelares como bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens. A operação é resultante do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato de Gritzbach.

O delegado preso é Fabio Baena, que foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC.

Também foram presos os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo “Bombom”. Os demais presos suspeitos de envolvimento com o PCC são Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura, conhecido como Molly.

As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018. São 130 policiais federais e promotores com apoio da Corregedoria nas ruas. Os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou à imprensa apenas que “a Corregedoria da Polícia Civil acompanha uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público nesta terça-feira (17). Diligências estão em andamento e a Corregedoria colabora com o órgão federal e o MP”.

Jornal Opção entrou em contato com a assessoria do cantor Gusttavo Lima e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu localizar as defesas do delegado e do agente.

Delegado Fábio Baena Martin | Foto: reprodução/YouTube

O que diz a defesa de Gusttavo Lima

A Balada Eventos, escritório que administra a carreira do cantor Gusttavo Lima, esclarece que Rogerio de Almeida Felício prestou serviços em alguns eventos (shows) como integrante da equipe de segurança do artista. Tomamos conhecimento da operação na manhã de hoje (17/12) e esperamos que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos perante a autoridade policial que preside a investigação.

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