O caos no Brasil é culpa da previdência?

SÃO PAULO, SP, 29.09.2018: BOLSONARO-PROTESTOS-SP – Protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no largo da Batata, em São Paulo. Após repercutir em redes sociais, a campanha #EleNão, movimento de mulheres contra Bolsonaro, está sendo organizada em atos públicos pelo país neste sábado (29). (Foto: Alice Vergueiro/Folhapress)

Qualquer ação nos poderes do Brasil, passa necessariamente pela reforma da previdência. É como imaginar que os mais de 12 milhões de desempregados terão carteiras de trabalho assinadas, após aprovar a reforma da previdência. É acreditar que o rombo nas contas do governo federal, que pediu nesta semana mais R$ 240 bilhões de reais para tentar conter a sangria da economia que vai de mal a pior, irá se ajustar com o reajuste da previdência

. É ainda também entender que milhões de pessoas voltaram às ruas, mais uma vez sem pauta, como aconteceu em 2013, quando a multidão tomou as ruas de todos os estados protestando pelo reajuste de R$n 0,20 na tarifa do transporte coletivo. Que fez com que a Presidente Dilma chamasse os ministros e governadores para repassar os gritos vindos das ruas. Daquela reunião, cinco pontos foram acertados: Os Mais Médicos, Gratuidade das passagens de ônibus urbanos, parte do pre-sal distribuídos aos estados e outras que mal saíram da mesa de reunião.

Mais uma vez fomos às ruas. Agora a pauta é o corte que governo federal anunciou fazer na educação. Será que a educação mobilizou tantas pessoas de diferentes classes sociais? Será que poderia ser o descontentamento com a morosidade dos Ministros, deputados federais, senadores, com os governadores ou com um Presidente que ainda mal sabe o que fazer com um brinquedo que ganhou, sem manual de instrução, chamado Presidência do Brasil? Um presidente que, eleito pela maioria da população que não suportava mais as crises que os petistas impuseram ao País, pensava que o discurso militar e a mão de ferro ao bater na mesa, tudo resolveria.

Mal consigo esquecer que “no julgamento do mensalão, ação penal 470, a maior rede de corrupção, formada por quadrilheiros dos partidos e políticos comprados e vendidos, sendo desnudados e execrados por onze membros da corte suprema do País,” e não fomos para as ruas protestar. Ao contrario, de barrigas cheias e empregos garantidos, assistimos de forma confortável a primeira ação penal envolvendo dezenas de pessoas da nata do poder e da sociedade. Juízes, desembargadores, promotores, advogados e outros ansiosos para saber o que e como os Ministros do STF conduziriam tal julgamento e o que poderia se aprender com ele. Transformou-se em enfadonhas e cansativas sessões onde para opinar, cada Ministro, lia mais de 50 paginas e ainda usava mais uma hora do tempo de TV para, em rede nacional, apresentar-sem à população do Brasil.

Voltando ao “novo que tanto pedíamos”, estamos novamente sem empregos, de barrigas vazias, sem perspectivas de novos horizontes. Estamos nas ruas da mesma forma de quando em 86 o Plano Sarney levou a inflação para mais de 800% ao ano e faltava comida. Voltamos ao tempo do Collor, com os caras pintadas protestavam com o surrupio de nossas economias. Voltamos às ruas quando Dilma, que na campanha de 2014 disse que não havia crise. E tão somente vencidas as eleições a crise se abater sobre o Brasil, custando o Cargo de Presidente de Dilma.

Todos os dois Presidentes, Collor e Dilma, foram depostos pela barriga vazia. Hoje estamos mais famintos ainda e até agora nenhuma atitude do Presidente, além de fomentar temas polêmicos, debatidos nas redes sociais, dando lugar ao aquecimento da economia. Tanto para Presidente da Republica e para o Governo de Goiás, elegemos dois parlamentares que nunca administraram um pequeno município, e estão aprendendo a andar de bicicleta com ela andando. Até então, apenas governadores reclamavam da herança maldita. Agora é a vez do nosso Presidente, que chamou o povo brasileiro de “idiotas e massa de manobra”, dizer que pegou um Pais quebrado.

  • E como o cachorro corre para pegar o rabo, estamos tentando entender o que será deste Brasil. O que me alenta é saber que após a aprovação da Reforma da Previdência, que ainda não tem uma definida e nem data para ser votada, o Brasil vai ser mais uma vez o gigante adormecido que se levantará para sanar todas as mazelas. É por isto que sou um otimista. Acredito em um País acima de todos e Deus acima de tudo.
  • André Marques

Diretor Geral

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