Brasileiros querem investir com dinheiro de empréstimo que custa 30 vezes mais que a rentabilidade.

Brasileiros têm planos para tomar crédito. Sete em cada dez pessoas pretende buscar um empréstimo nos próximos dois meses. O objetivo da operação, porém, chama atenção: a resposta mais comum é fazer um investimento financeiro.

O plano é investir em operações que recebem juro muito menor que o pago no empréstimo. Na média, o custo do empréstimo pode ser até 30 vezes maior que a rentabilidade obtida na aplicação. Ou seja, a operação vai dar prejuízo.

A pesquisa “Mapa Serasa Crédito” de fevereiro revela que 68% dos entrevistados pretendem tomar empréstimo nos próximos dois meses. Nesse grupo, 60% citam o crédito pessoal como a operação planejada.

Na média, essa operação tem juro médio de 15,5% nas operações mais comuns, aquelas com valor entre R$ 1.000 e R$ 5.000. Portanto, se uma pessoa tomar crédito de R$ 1.000 terá de pagar R$ 155 em juros após um mês. Guarde esse valor.

 

Em seguida, a pesquisa pergunta qual será o destino do dinheiro emprestado. Nessa hora, as respostas surpreendem. A opção mais escolhida — por 39% dos ouvidos — é realizar um investimento financeiro.

 

Entre os que simularam tomar crédito pessoal, o CDB e a renda fixa são as operações mais lembradas, com 16% das respostas cada. A poupança aparece em terceiro com 12% das menções. É aí que mora o problema.

 

Em fevereiro, o retorno médio da renda fixa e dos CDBs ficou em torno de 0,8%. No caso das cadernetas de poupança, a remuneração foi ainda menor: 0,5%. Isso quer dizer os mesmos R$ 1.000 tomados no crédito pessoal e investidos gerarão R$ 8 na renda fixa e apenas R$ 5 na poupança.

Nesse exemplo, a pessoa terá de pagar R$ 155 em juros e vai receber apenas alguns reais de remuneração. Em outras palavras, terá um prejuízo de cerca de R$ 150.

A pesquisa Serasa ouviu 1.396 pessoas em fevereiro, sendo 63% homens e 37% mulheres. Pro classe social, a pesquisa ouviu 21% das classes AB, 50% da classe C e 29% situados na classe D.