Crônica: Ainda dá tempo!

Ainda dá  tempo!

 

A vida é  um tempo que aqui, na terra, passamos. É  um tempo que não conseguimos mensurar, pois o controle não está sob o nosso comando.

 Na verdade este tempo está nas mãos de Deus. Deus não coloca um relógio e nem uma ampulheta para dizer se ainda estamos no começo,  no  meio ou no fim do tempo.

 O tempo a nossa frente é cego. Só enxerga quando chega o dia da nossa partida: acabou o tempo. 

Por isto ainda da tempo!

Ainda da tempo para pedir perdão a quem ferimos e magoados  com a nossa  ignorância,  e que guardamos o pedido de perdão  para  futuro;  Pois acreditamos ter muito tempo para isto.

Ainda da tempo de abraçar nossos pais, irmãos e amigos. Afinal, há qualquer momento,  podemos fazer isto. E o tempo é bastante longo. Então vamos guardando estes abraços que enchem de Paz e  de amor nossos corações, para um outro tempo.

Ainda da tempo de reservar um dia para passarmos juntos com  nossos filhos. Ainda são jovens e estamos juntos, mas não unidos, todos os dias.

Ainda da tempo de aceitar e retribuir o carinho que recebemos de nossos animaizinhos,  que parecem acertar a hora em que  chegamos  em casa. Só por nos ver, parecem ser tomados por incontrolável   alegria.

 Ainda da tempo de repetir mil vezes as palavras “Eu Te Amo” para a esposa que está sempre pronta a nos confortar, nos entender e nos motivar nos momentos mais dificeis.

Ainda da tempo de ir a igreja rezar, orar, agradecer a dádiva da vida. Mesmo que tenhamos que não ir aquele compromisso,  sem importância e que só toma nosso tempo.

Ainda da tempo de pararmos com o hábito de julgar pessoas. Reparar defeitos, que achamos que elas têm.

Ainda da tempo de agradecer a Deus o tempo que ele nos deu, sem nada pedir em troca além de amar, perdoar, ser feliz e encontrar a Paz!

Mas se o nosso tempo acabar antes disto? 

Vamos partir sem dar ou pedir perdão?

E os abraços que prometemos? Ficarão vazios?

E quem irá passar aquele dia que prometemos aos nossos filhos?

E os nossos animaizinhos? Para quem farão as  festas que eram nossas? E as palavras “Eu Te Amo?”  Vamos deixar nossas esposas órfãos de tantos sentimentos?

Não deu tempo de ir a igreja agradecer o dom da vida?

E nem começamos a deixar de julgar as pessoas?

Não vai dar tempo de ser feliz, encontrar a paz e amar o próximo?

Precisamos de pouco tempo para fazer estas grandes coisas. Um dia, no máximo. Mas que não seja no dia em que acharmos que vai dar tempo.

O tempo é hoje, agora. A vida é um sopro.

 

André  Marques